“Estamos a laborar desde o final de março. No que respeita à 1.ª fase do projeto, está tudo instalado e estamos a produzir em dois turnos”, com um total de “70 trabalhadores”, disse à agência Lusa Christian Santos, diretor da unidade fabril.

A inauguração oficial da fábrica da Mecachrome Aeronáutica, empresa portuguesa do grupo francês Mecachrome, que tem como ‘chairman’ o português Júlio de Sousa, decorre a partir das 10:00 e é presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

O projeto envolve um investimento a rondar os 30 milhões de euros, até 2020, que foi “objeto de um contrato de incentivos com o Estado português, representado pela AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal”, lembrou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

Na cerimónia, participam também os ministros do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

“Este é mais um exemplo de um bom investimento e da atração de empresas para o ‘cluster’ nacional da aeronáutica”, realçou, em declarações à agência Lusa, fonte do Ministério da Economia.

Localizada no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora (PIAE), a nova fábrica da Mecachrome Aeronáutica, que detém outra unidade industrial em Portugal, em Setúbal, desde 2014, vai ter, no global, quase 22 mil metros quadrados, segundo Christian Santos.

“Esta 1.ª fase, que está concluída, tem 13.500 metros quadrados” e, na 2.ª fase do projeto, a executar “nos próximos anos”, vão ser construídos “os restantes cerca de 8.500 metros quadrados”, indicou.

Na cidade alentejana, a Mecachrome, que serve clientes como a Airbus, Boeing e Safran, fabrica peças de metal de alta precisão para aviões, nesta 1.ª fase apenas para motores e, na próxima etapa, também para a estrutura de aeronaves.

O diretor assinalou que, das “17 referências” que integram o portefólio de peças a produzir em Évora, “11 já estão industrializadas e em produção”, encontrando-se “as outras em fase de industrialização”.

A empresa planeia instalar, nesta fábrica, um inovador processo produtivo criogénico - à base de azoto líquido –, que é “único no mundo”, concebido pelo próprio grupo Mecachrome, em França.

O processo de recrutamento de trabalhadores, oriundos sobretudo da região, depois de passarem pelo Centro de Formação Aeronáutica de Évora do Instituto do Emprego e Formação Profissional, está “em curso” e a meta, até 2020, segundo Christian Santos, é chegar aos “cerca de 250 a 300” funcionários.

No Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, além deste projeto, estão já instaladas diversas outras fábricas de empresas daquele setor, nomeadamente as duas da construtora brasileira Embraer.