A assembleia-geral da ALOPE – Associação de Lesados da PT/Oi começa às 17:00 com o objetivo de “discutir e aprovar as ações judiciais que vai levar avante”, sendo ainda realizada uma sessão de esclarecimentos sobre todas as dúvidas dos associados e apresentada a estratégia jurídica a seguir, explica uma nota da associação.

A ALOPE está registada e tem como objetivo defender os clientes que investiram dinheiro em produtos estruturados complexos relacionados com dívida da Portugal Telecom (PT) e que viriam a estar subjacentes à operadora brasileira Oi com a fusão entre as duas empresas, sofrendo elevadas perdas com os graves problemas financeiros da operadora brasileira.

A reunião de hoje, já com os órgãos sociais eleitos, servirá para os associados definirem a estratégia jurídica a executar e escolherem uma equipa responsável por acompanhar as falências dos produtos, assim como um plano de trabalho para atuação junto de intermediários financeiros e entidades reguladoras.

Na reunião magna, os associados serão ainda informados dos prazos processuais a decorrer e de eventuais necessidades de acautelar direitos jurídicos.

Francisco Mateus, presidente da ALOPE, disse em declarações anteriores à Lusa que para já contam com 100 associados, mas acredita que, agora que a associação está registada e que tem uma página na Internet em funcionamento (www.alope.pt), muitos mais se irão juntar.

No ano passado, com a insolvência da Oi (a maior operadora de telefone fixo do Brasil e quarta em rede móvel, que está agora em tentativa de recuperação), os produtos relacionados com dívida da PT sofreram perdas consideráveis, na ordem ou acima dos 80% do montante investido, pelo que houve clientes que já avançaram para tribunal contra os bancos que, enquanto intermediários financeiros, lhes venderam esses produtos.

Em causa estão instituições como Banco Best, Barclays e Deutsche Bank.

Os clientes argumentam que houve irregularidades na venda dos produtos que podem fazer com que seja pedida a sua nulidade e que os bancos vendedores não lhes deram informação sobre a evolução da Portugal Telecom e as implicações que isso tinha para os seus investimentos.

Foi o pedido de recuperação judicial da operadora de telecomunicações brasileira Oi que levou a perdas para estes investidores, já que foi considerado um “evento de crédito” pela Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA).

Isso implicou que os clientes fossem reembolsados em apenas uma parte do total investido. Em geral, um cliente que investiu 100 mil euros nestes produtos recebeu apenas 20 mil. Há casos em que clientes receberam ainda menos, pouco mais de 10%.

A Oi vendeu em 2015 a PT Portugal à empresa francesa Altice. A Pharol, antiga PT SGPS, detém cerca de 27% da operadora de telecomunicações brasileira Oi.