Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados semestrais, hoje em Lisboa, Paulo Macedo recusou a intenção do banco público de aumentar os encargos dos pensionistas, tendo afirmado que “a Caixa não introduziu qualquer comissão para reformados” nas recentes alterações de preçário e de mudança de pacotes de serviços.

O gestor acrescentou que, após as mudanças feitas nos serviços oferecidos pelo banco, as isenções de comissões irão abranger “cerca de 500 mil pensões segundo as contas preliminares, de um universo de 900 mil pensões pagas” através do banco. As isenções são aplicadas tendo em conta a idade do cliente e valor da pensão.

Paulo Macedo disse ainda que a CGD não cobra qualquer comissão no caso dos clientes dos serviços mínimos bancários, considerando que desse modo está a isentar de encargos a população “mais vulnerável”.

O gestor passou parte importante da conferência de imprensa de hoje de apresentação dos resultados da CGD do primeiro semestre de 2017 – período em que o banco teve prejuízos de 49,9 milhões de euros, abaixo dos 205,2 milhões de semestre homólogo – a refutar a ideia de que o banco público cobra elevadas comissões pelos serviços prestados.

“A Caixa cobra cerca de metade ou um terço das comissões que os outros bancos cobram. Os bancos estão a divulgar resultados e este fim de semana já se saberá”, disse Macedo.

O gestor socorreu-se ainda dos resultados do semestre para mostrar que as receitas do banco público com comissões estão estáveis, uma vez que os 225 milhões de euros conseguidos com serviços e comissões entre janeiro e junho deste ano são semelhantes aos 224 milhões do mesmo período de 2016.

O gestor admitiu, contudo, que o banco público terá de aumentar as receitas com comissões, uma vez que o plano estratégico negociado com a Comissão Europeia prevê que aumentem em 25 milhões de euros, mas que quer fazê-lo sobretudo com operações bancárias mais complexas, nomeadamente crédito, e não com comissionamento de contas.

Paulo Macedo afirmou ainda, a propósito das comissões cobradas, que, mesmo sem fazer qualquer negócio, que a CGD tem despesas elevadas, desde logo com as contribuições para os fundos que financiam as resoluções bancárias.

“Ainda sobre se as contas bancárias deviam ser comissionadas ou não, ter custos ou não, a Caixa pagou [no primeiro semestre] 37 milhões para o Fundo de Garantia de Depósitos e 38 milhões para o Fundo de Resolução [português e europeu]”, afirmou.