“Esta transação é positiva para os credores do Montepio porque fortalece a capacidade do banco de absorver capital perante os significativos desafios na qualidade dos ativos”, considera a Moody’s na informação hoje divulgada.

Com o aumento de capital, diz a Moody’s, o rácio de solvabilidade CET1 do banco passou no final de março de 10,7% para 12,2%, o que, segundo a agência, permite colmatar o fosso que tinha face aos outros bancos do sistema.

Contudo, avisa, o banco mutualista Montepio continua a apresentar “ainda fraca capacidade de absorção dos riscos” face ao crédito malparado e ativos imobiliários que detém em balanço e que podem significar perdas.

A Moody’s diz acreditar que só com uma solução tipo “banco mau” será possível uma redução significativa dos ativos não produtivos ou mesmo problemáticos do Montepio, em que se inclui crédito malparado e ativos imobiliários, ou então um ‘haircut’ (corte) do seu valor, neste caso mais difícil face à ainda baixa cobertura destes.

Ainda assim, ressalva que o Montepio tem feito vendas de alguns ativos.

No final de junho foi conhecido que a Associação Mutualista Montepio Geral aumentou o capital social da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) em 250 milhões de euros.

A Associação Mutualista é o topo do Grupo Montepio e tem como principal empresa subsidiária a CEMG, que desenvolve negócio bancário.

Na semana passada conheceu-se também que a Associação Mutualista quer lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a CEMG, oferecendo um euro por cada unidade dos títulos que estão agora em bolsa, sendo o valor total da oferta de 106 milhões de euros.

Estes títulos apesar de estarem em bolsa não são ações, mas títulos representativos de um fundo de participação da CEMG, que passariam a ações com a passagem desta a sociedade aberta.

A CEMG tem admitidas à negociação na bolsa de Lisboa 400.000.000 de Unidades de Participação representativas da totalidade do Fundo de Participação, que hoje fecharam inalteradas na bolsa de Lisboa, nos 0,99 euros.

O Montepio Geral — Associação Mutualista quer assim fazer com que a CEMG deixe de ser uma sociedade aberta, ao que tudo indica para preparar a nova fase do banco mutualista.

É conhecido que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pode vir a entrar no capital da Caixa Económica, deixando a totalidade do capital social de ser propriedade na totalidade da Associação Mutualista.

A Santa Casa e a Associação Mutualista assinaram já um memorando de entendimento com vista a poder avançar para essa parceria.

O provedor da Santa Casa, Santana Lopes, afirmou, contudo, que esta “só participará num processo estratégico, amplo, de todo o setor social”, que “não aparecerá sozinha, individualmente, em nada”.

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