Catarina Martins falava aos jornalistas após ter sido recebida pelo primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, sobre a data das eleições autárquicas, ocasião em que também foi questionada sobre o processo de venda do Novo Banco.

A coordenadora do Bloco de Esquerda reiterou a tese de que "é um erro" vender o Novo Banco, mas também colocou de parte a liquidação desta instituição financeira, considerando-a "impensável".

Catarina Martins disse que, neste momento, impõe-se que "o Governo explique ao país os termos do negócio que pretende fazer com o Novo Banco".

"Em matéria de sistema financeiro, é pública a existência de divergências" entre o Governo e o Bloco de Esquerda "e também é público que esta área não faz parte da declaração conjunta" assinada entre bloquistas e socialistas para a viabilização parlamentar do atual executivo, referiu Catarina Martins.

Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, "continuar-se a limpar com dinheiro público bancos privados, para depois entregar de novo a privados”, sem nunca se ter “uma palavra a dizer sobre a forma como esses bancos são geridos e sobre o que acontece ao dinheiro público, isso é um grave erro".

"Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que esse erro não seja repetido. Mas, agora, o mais importante é o país compreender quais os termos da venda acertados com o Governo e com a Comissão Europeia. É importante que se debata o essencial, ou seja, qual a proposta em cima da mesa, em vez de estarmos sempre a discutir aquilo que toda a gente já sabe constituir uma divergência", alegou a coordenadora bloquista.

Catarina Martins salientou que cabe ao Governo "revelar os números" e, como tal, "este é o momento de o país conhecer a proposta concreta, tendo em vista avaliá-la e permitir a discussão de cenários alternativos".

Confrontada com um cenário de liquidação do Novo Banco, caso a venda não seja possível, Catarina Martins respondeu que o Bloco de Esquerda "fará tudo para que esse cenário não se coloque".

"Não tem qualquer sentido pôr esse cenário em cima da mesa. E não será seguramente o Bloco de Esquerda a colocá-lo", frisou.