"O CES tem a noção de que o principal fator de incerteza está na situação internacional, mais do que noutros fatores. Portanto, há aí alguns aspetos que não dominamos e que poderão fazer perigar algumas das previsões do orçamento", afirmou José António Cortez, conselheiro do CES, no parlamento.

Numa audição conjunta sobre o parecer do CES à proposta de OE2018, José António Cortez disse que o organismo "tem uma posição crítica" sobre as mexidas no regime simplificado de IRS e apontou a "crescente indefinição" nos impostos indiretos e sobre o consumo.

Nesse sentido, defendeu um "amplo debate" sobre a necessidade de previsibilidade em matéria fiscal.

Por sua vez, o presidente do CES, Correia de Campos, disse que as alterações ao regime simplificado trazem um "aumento da burocracia desproporcional em relação à correção de justiça fiscal", mas mostrou-se satisfeito com a intenção do Governo em introduzir, na especialidade, algumas correções à proposta orçamental nesta matéria.

O CES mostrou-se ainda preocupado com o aumento da dívida pública, mas José António Cortez afirmou que o organismo "não defende uma redução da dívida como o objetivo principal da política orçamental", mas que considera "essencial que exista um sinal claro" de trajetória descendente.