A OPA do CaixaBank, que já é o maior acionista do BPI, arrancou a 17 de janeiro, oferecendo o banco espanhol 1,134 euros por cada ação do BPI, e terminará hoje pelas 15:30.
Esta quarta-feira será conhecido se os atuais acionistas do banco aceitaram vender os seus títulos ou se optaram por manter a sua posição.
O maior acionista do BPI é precisamente o grupo bancário catalão Caixabank, com 45,50% do capital, seguindo-se a ‘holding’ angolana Santoro, de Isabel dos Santos, com 18,6%. Entre os principais ‘donos’ do banco estão ainda a seguradora Allianz (8,4%) e o grupo Violas Ferreira Financial (2,7%), o maior acionista português do BPI.
A OPA do CaixaBank sobre o BPI foi anunciada em abril do ano passado pelo grupo bancário espanhol, no meio de um conflito que o opôs durante o último ano aos angolanos da ‘holding’ Santoro, tanto por causa da exposição a Angola, como por causa da desblindagem dos estatutos (regra existente no BPI que impedia qualquer acionista de votar com mais de 20%, independentemente da participação que detivesse).
Os espanhóis ofereceram então 1,113 euros por ação, avaliando o banco em 1600 milhões de euros, mas condicionaram a oferta à eliminação dos limites aos direitos de voto dos acionistas, o que só viria a acontecer em setembro e graças a um diploma do Governo que facilita essa mudança nos bancos.
Com a desblindagem de estatutos no BPI, o CaixaBank passou então a exercer efetivamente os 45% de participação detida e a OPA passou de voluntária a obrigatória e sobre a totalidade do capital social (100%), tendo o banco espanhol aumentado o valor oferecido por ação para 1,134 euros.
Mais recentemente, em dezembro, o BPI conseguiu ainda reduzir o excesso de exposição a Angola (como exigido pelo Banco Central Europeu), depois de os acionistas terem aceitado vender 2% do Banco de Fomento de Angola (BFA) à operadora angolana Unitel, por 28 milhões de euros.
Esta operação foi já concretizada em janeiro e faz com que a Unitel (empresa também controlada por Isabel dos Santos) passe a ter a maioria do capital do BFA (51,9%), enquanto o BPI ficou com 48,1%.
O preço oferecido pelo CaixaBank nesta OPA foi criticado por vários pequenos acionistas, que o consideram muito baixo e que não paga a perda de controlo do Banco de Fomento de Angola.
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