"Se não tivéssemos tido uma alteração de governo, muito provavelmente essa melhoria teria ocorrido mais rapidamente", afirmou Passos Coelho, em declarações aos jornalistas, à margem de um jantar de campanha autárquica em Mafra.

Pedro Passos Coelho salientou que o anterior executivo PSD/CDS-PP "lutou muito" para que esta subida de ‘rating' acontecesse, mas disse não querer retirar mérito ao atual Governo socialista.

"Tem o mérito de ter conseguido nestes dois anos provar que os receios que os investidores tinham eram infundados porque o Governo acabou por garantir as metas que eram importantes para os que estabelecem o 'rating' para o país", afirmou.

A notícia da decisão da S&P foi conhecida a meio do discurso do líder do PSD, que falava num jantar de apoio ao candidato do partido à Câmara Municipal de Mafra, Hélder Sousa Silva.

"Vem assim um bocadinho mais tarde do que em circunstâncias normais teria acontecido, mas é indiscutivelmente uma excelente notícia era aquilo que faltava para Portugal neste caminho de recuperação pudesse plenamente receber o investimento graduado", disse, já depois do discurso, em declarações à comunicação social.

Passos Coelho considerou que, pelo menos desde 2014, o país aguardava esta subida de ‘rating' e sublinhou que, nessa altura, a própria Standard & Poor chegou a colocar o país numa perspetiva positiva.

Questionado se esta boa notícia torna mais difícil a campanha eleitoral do PSD para as autárquicas, Passos defendeu que em 01 de outubro estarão em causa sobretudo questões locais.

"Quanto à utilização que o Governo vai fazer deste resultado, veremos. Se for consistente com o seu comportamento nestes dois anos, quererá apresentar este resultado como uma derrota do PSD", alertou, dizendo que o partido se habituou a "uma retórica que não é séria".

A agência de notação financeira Standard and Poor's (S&P) tirou hoje Portugal do 'lixo', revendo em alta o 'rating' atribuído à dívida soberana portuguesa de 'BB+' para 'BBB-', um primeiro nível de investimento.

Com esta revisão em alta para 'BBB-', com perspetiva 'estável', Portugal volta a ter uma notação de investimento, atribuída por uma das três principais agências de 'rating' mundiais.

Desde 2015 que a agência atribuía à dívida soberana portuguesa um rating 'BB+', a nota mais elevada de não investimento, com uma perspetiva 'estável'.