Nas previsões de outono divulgadas hoje, Bruxelas estima que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 0,9% em 2016, antes de "recuperar ligeiramente" para 1,2% em 2017 e 1,4% em 2018.

"Isto vai depender de uma recuperação do investimento, que se tem mantido, até ao momento, frágil e sensível à materialização de quaisquer choques negativos. Neste sentido, os riscos à previsão estão inclinados para o lado negativo", afirma a Comissão Europeia.

Nas estimativas divulgadas hoje, Bruxelas mostra-se mais pessimista do que o Governo, que conta com um crescimento de 1,2% e 1,5% para este ano e o próximo, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), e de 1,9% em 2018, segundo o Programa de Estabilidade 2016-2020.

A Comissão considera que a recuperação económica portuguesa é "modesta" e está a ser liderada pelo consumo privado, ao mesmo tempo que é "travada" por níveis baixos de investimento.

Nas previsões, Bruxelas estima que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) tenha caído 1,4% este ano, prevendo que recupere nos dois próximos anos, aumentando 3,7% em 2017 e 4,1% em 2018.

Na proposta de OE2017, o Governo é menos pessimista do que Bruxelas quanto ao investimento este ano, esperando que tenha diminuído apenas 0,7% (no Programa de Estabilidade, em abril, esperava um crescimento de 4,9%).

Já quanto ao próximo ano, o executivo é menos otimista do que a Comissão, esperando que a FBCF suba 3,1%.

Para a Comissão, "o investimento deve ganhar ritmo em 2017", impulsionado pela recuperação dos investimentos cofinanciados pela União Europeia, mas também em 2018, devido ao "reforço da procura externa, sobretudo dos países emergentes".