O presidente da Ryanair, Michael O'Leary, esteve em Lisboa esta semana para anunciar a abertura de três novas rotas:  duas a partira partir da capital portuguesa, Cracóvia, Baden, Bruxelas-Charleroi, e uma a partir do Porto, que será Nápoles. Em entrevista ao Público, O'Leary revelou-se especialmente crítico nas declarações sobre o novo aeroporto previsto para o Montijo.

"O Montijo deveria estar aberto já no Verão do próximo ano. É possível construir um terminal low cost em menos de 12 meses, por cerca de 25 milhões de euros. Mas a ANA está a falar em gastar 250 milhões, em demorar quatro anos, e em fazer estudos. O que é que vão andar a estudar? Os aviões já lá estão", afirmou. Questionado sobre as questões ambientais ainda por avaliar, respondeu: "O caso dos pássaros....É só pegar em duas shotguns e o problema dos pássaros resolve-se... A sério, já lá levantam e pousam aviões".

Para o presidente da companhia de aviação low cost, o valor das taxas aeroportuárias será determinante no novo aeroporto, expressando o seu receio que a ANA não planeie ter taxas mais competitivas no Montijo: "o meu receio é que a ANA diga: olhem, tivemos de gastar 250 milhões para fazer o Montijo, por isso as taxas vão ser as mesmas do que na Portela".

O'Leary disse ainda que não é a verdade que o aeroporto da Portela esteja cheio, conforme alegado pela ANA:" eles dizem que os terminais estão cheios, mas a maior parte do dia estão vazios".

Considerando que o crescimento da Ryanair está a ser "bloqueado" no aeroporto de Lisboa, o gestor afirmou que para a companhia a importância do Montijo advém dessa realidade, mas que Porto ou Faro também são boas opções de expansão. Em 10 anos, o objetivo da Ryanair é movimentar tantos passageiros quanto a TAP.