“Atingimos o topo das taxas Euribor no quarto trimestre de 2023. As atualizações trimestrais nos contratos em que a Euribor a três meses é utilizada a partir de dezembro e janeiro já vão refletir uma ligeira redução das taxas”, disse Mário Centeno, na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de dezembro, em Lisboa.

O responsável do banco central explicou que “em fevereiro, março e abril vai passar para os contratos com indexante a seis meses e depois para contratos com indexante a 12 meses”.

“Se não houver nenhum choque adicional esta vai ser a trajetória ao longo de 2024”, acredita.

O BCE decidiu, esta quinta-feira, manter inalterada a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito em 4,50%, 4,75% e 4,00%, respetivamente.

Segundo dados do BdP referentes a outubro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,8% do ‘stock’ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,9% e 23,6%, respetivamente.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.