"O ano de 2017 correu bem, tivemos valores globais de receita da ordem dos 40 milhões de euros, um crescimento de 14% face a 2016, a que corresponde uma melhoria de 15% no alojamento e 13% na restauração", disse Luís Castanheira Lopes, em entrevista à Lusa, acreditando que "2018 ainda possa ser melhor".

O presidente do grupo explicou que o segmento da restauração dentro das pousadas está "a beneficiar da melhoria da situação em Portugal", traduzindo-se em "mais casamentos, eventos" naqueles locais.

"As pousadas são lugares de festa, de celebração, e esse mercado deslizou nos anos passados. O que notámos é que está a haver uma retoma nesse mercado, nomeadamente os casamentos, que nas pousadas mais pequenas têm um grande peso. Fazer um ou dois casamentos por mês é fundamental para a atividade global da pousada durante o ano. Como existe alguma sazonalidade, e neste período de janeiro a abril e de outubro a dezembro há uma 'baixa', os casamentos acabam por ajudar a compor a prestação", disse, lembrando que "os casamentos são restauração, mas alavancam o alojamento".

Para além disso, após um primeiro período na concessão das pousadas dedicado a uma reorganização da rede, agora "com pousadas mais centradas nos edifícios classificados, pousadas maiores e melhores em termos de produto", o responsável diz que passaram "a ter uma oferta global muito melhor".

"Quando veio a procura, de 2014 para a frente, estávamos com o trabalho de casa feito e estamos a partir de basicamente 2016, e um 2017 melhor, a colher os frutos do trabalho, preparação, que fizemos", sustentou.

O Grupo Pestana - que tem a concessão das pousadas "na prática desde 2004" - diz que "quando a reestruturação da rede estava em curso, veio a crise", levando a que nos anos seguintes tenha havido "uma grande dificuldade na exploração".

Nessa altura, aproveitaram para fazer algumas mudanças: "A primeira e mais importante foi fazer entrar na rede pousadas novas, com maior dimensão, melhor localização e com melhores produtos (SPA, piscinas interiores, etc), reposicionando-nos. Por outro lado, em alguns casos muito específicos, fizemos sair da rede algumas pousadas, tentando sempre, como é comprovável, que elas se mantivessem no Turismo, deixaram de ser pousadas, mas mantiveram-se em funcionamento. Exemplos, a Pousada de Santa Clara, em Odemira, a Pousada de Vale do Gaio, a Pousada de Oliveira, Pousada de Elvas. Todas elas continuam como hotel. O Turismo continua a ser servido", afirmou.

Assim, a oferta concentrou-se no produto de edifícios classificados. "Temos uma rede menor em termos de estabelecimentos, maior em termos de quartos, melhores pousadas, melhor conservadas", disse, lembrando o que foi investido na melhoria dos edifícios: "Por exemplo, só no Alentejo tivemos um Programa Jéssica com três milhões de euros para aquelas pousadas e só para as melhorar, não para acrescentar quartos".

No início da privatização da Enatur a rede era constituída por 43 pousadas, com menos de 1.000 quartos, numa média de 25, e, atualmente, são 33 mais e o restaurante Casa do Leão. No total, a rede tinha mais de 1.400 quartos em 2017.

Questionando sobre o investimento desde a privatização, lembrou que o Grupo Pestana fez "quatro pousadas de raiz (Porto, Viseu, Lisboa e Cascais)", fez a melhoria e ampliação de outras, num "valor acima dos 50 milhões de euros", a que acrescem os três milhões do Jéssica que, por obrigação do contrato, têm de afetar à conservação da rede todos os anos.

"Temos o gosto de ver que a Enatur nos audita a qualidade. Como senhoria, digamos, em 2017 fez 10 vistorias às pousadas. São auditorias mistério, que achamos bem. Dá-nos a garantia de que estamos a fazer bem o nosso trabalho e isto é consistente com os nossos índices de qualidade, de avaliação anónima dos nossos clientes, que nos dão um valor de qualidade acima dos 90%", afirmou.

Recorde-se que o Grupo Pestana Pousadas tem 49% da Enatur, proprietária da marca e de um conjunto de pousadas que integram a rede, sendo 51% do Estado, através do Turismo de Portugal.

O Grupo Pestana Pousadas é detido em cerca de 95% pelo Grupo Pestana, tendo a Fundação Oriente aproximadamente os restantes 5%.

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