Segundo Marisa Ribeiro, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (Cesp), a administração do Pingo Doce, que integra o grupo Jerónimo Martins, diz que “não há dinheiro para proceder a aumentos salariais a todos os trabalhadores” - muitos dos quais estão “há mais de 20 anos na empresa, recebendo pouco acima dos 600 euros” - mas o facto é que no terceiro trimestre a empresa apresentou “mais de 500 milhões de euros de lucro”.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial do Pingo Doce assegurou que a empresa "cumpre integralmente" o "acordo coletivo de trabalho aplicado ao setor da distribuição".

Acusando a cadeia de supermercados de promover uma política “que privilegia o silenciamento e a ausência de respostas aos problemas e reivindicações dos trabalhadores”, o sindicato tem vindo a organizar diversas concentrações frente às lojas Pingo Doce, mas diz manter-se a “recusa” por parte da empresa em reunir-se com o sindicato.

De acordo com a dirigente sindical, a concentração de hoje juntou “cerca de 30 trabalhadores” no Porto, que distribuíram aos clientes da loja da avenida da Boavista um documento com as reivindicações dos funcionários.

Em causa está, explicou, um aumento salarial generalizado de 40 euros, contra a atualização de 2% aplicada este ano, o aumento do subsídio de alimentação para seis euros, a integração dos operadores de armazém nos níveis de qualificação e grelha salarial dos operadores de loja e a passagem a efetivos dos trabalhadores com vínculos precários.

O sindicato reclama ainda a atribuição de 25 dias úteis de férias, o “respeito pelo direito à conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar” e o “fim das pressões e assédio aos trabalhadores” e dos “elevados ritmos de trabalho”, que garante serem “prejudiciais à saúde física e psíquica” dos funcionários.

As exigências dos trabalhadores do Pingo Doce passam ainda pelo cumprimento do contrato coletivo de trabalho, pelo fornecimento de fardamento “apropriado e em quantidade suficiente” e pela garantia de condições de higiene, saúde e segurança no trabalho.

Numa nota escrita enviada à agência Lusa, fonte oficial do Pingo Doce recusou quaisquer "pressões" ou "assédio" sobre os seus colaboradores e informou que, "num universo de mais de 27 mil colaboradores que o Pingo Doce emprega, acima de 70% são efetivos, estando os restantes abrangidos por formas de contratação legalmente previstas".

Segundo a fonte, "questões relacionadas com o aumento dos salários e subsídio de alimentação e com as categorias profissionais estão no âmbito do acordo coletivo de trabalho aplicado ao setor da distribuição, que o Pingo Doce cumpre integralmente", e, no que diz respeito às férias, "os colaboradores do Pingo Doce, tal como os demais colaboradores do grupo em Portugal, gozam o regime de férias estabelecido no Código de Trabalho".

À Lusa o Pingo Doce garantiu ainda que "a todos os colaboradores são disponibilizados fardamento e calçado adequados às funções e tarefas que lhes são atribuídas, podendo ser trocados sempre que se verifica o seu desgaste".

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