Se há uns anos o tema ambiente era da responsabilidade exclusiva de um ou outro grupo de ativistas, de investigadores da área ou de alguns políticos mais atentos, em poucos anos passou a ser uma preocupação geral. Mas ainda não suficiente para que mudanças estruturais sejam feitas e aceites por todos, e que todos façam pequenas mudanças no dia-a-dia.
Um estudo hoje publicado indica que a poluição atmosférica representa um risco maior para a saúde global do que o tabagismo ou o consumo de álcool, perigo exacerbado em regiões como Ásia e África. A poluição por partículas finas aumenta o risco de doenças pulmonares e cardíacas, de acidentes vasculares cerebrais e de cancro. Se o limiar da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a exposição a partículas finas fosse respeitado em todas as circunstâncias, a esperança de vida global aumentaria 2,3 anos, com base nos dados recolhidos em 2021.
Por um lado, a Europa e os Estados Unidos têm feito algum esforço - ainda que insuficiente - para melhorar a qualidade do ar. Embora nestas zonas do globo ainda haja um longo caminho para andar, nada se compara às zonas em desenvolvimento. Os habitantes do Bangladesh, por exemplo, poderiam ganhar 6,8 anos de esperança de vida se o limiar de poluição fosse reduzido para o nível recomendado pela OMS.
Contudo, todos estes esforços estão ameaçados, entre outros fatores, pelo aumento do número de incêndios florestais em todo o mundo, causado pelo aumento das temperaturas e por secas mais frequentes, associadas às alterações climáticas, provocando picos de poluição atmosférica.
Mais especificamente em Portugal o tema do ambiente também entra hoje na atualidade, com o Governo a voltar a adiar a entrada em vigor do pagamento de uma taxa de 30 cêntimos sobre as embalagens de alumínio de uso único para refeições. Inicialmente prevista para 1 de janeiro deste ano, o arranque da cobrança desta taxa sobre as embalagens de alumínio ou multimaterial com alumínio nas refeições prontas a consumir foi adiada ainda em 31 de dezembro 2022 para o dia 01 de setembro (sexta-feira). Agora, a data de entrada em vigor voltou a ser revista, passando para 01 de janeiro de 2024, face às dificuldades transmitidas pelos operadores económicos.
Noutras latitudes parece haver notícias mais esperançosas que provam que ainda vale a pena lutar pelo ambiente ao invés de baixar os braços. Uma ave pré-histórica que chegou a ser declarada extinta voltou à natureza na Nova Zelândia. O regresso do takahē às encostas alpinas da Nova Zelândia assinala uma vitória da conservação no país. E, no futuro, mais aves podem ser libertadas na natureza. As aves tinham sido formalmente declaradas extintas em 1898, tendo a sua população, já reduzida, sido devastada pela chegada dos companheiros animais dos colonos europeus: arminhos, gatos, furões e ratos. Após a sua redescoberta em 1948, o número de aves é atualmente de cerca de 500, crescendo cerca de 8% ao ano.
Talvez não seja fácil arranjar conversas para as quentes noites de Agosto - mas proponho isto: sente-se com alguém que goste de ler e pergunte-lhe se os escritores do século XIX eram melhores do que os de agora. Continuar a ler
“Vivemos numa cultura de proteção dos agressores e de culpabilização das vítimas". Quem o diz são as investigadoras Isabel Ventura e Maria João Faustino. Neste episódio do podcast Um Género de Conversa, juntámo-las numa reflexão que vai desde as dinâmicas de poder e de impunidade às lacunas do sistema judicial ou ao mito das falsas denúncias.