O Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino apontou Ahmad Vahidi como um dos responsáveis do ataque contra a Associação Mutualista Israelita-Argentina (AMIA), que foi considerado o pior atentado da história do país.

"A Argentina solicitou a sua detenção aos governos do Paquistão e do Sri Lanka de acordo com os mecanismos fornecidos pela Interpol", acrescentou a diplomacia de Buenos Aires, num comunicado.

O ministério reiterou que continua a exigir "a prisão internacional dos responsáveis pelo atentado bombista da AMIA em 1994, que matou 85 pessoas, e que continuam em posições de poder com total impunidade".

O general Vahidi é ministro do Interior desde 2021 após ter ocupado a tutela da Defesa. Na altura do ataque de Buenos Aires, chefiava a Força Quds, a unidade de operações secretas da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irão.

O ataque à AMIA em 18 de julho de 1994, que causou ainda centenas de feridos, foi atribuído pelos tribunais argentinos e por Israel ao regime iraniano e ao movimento xiita do Líbano Hezbollah.

O Irão negou qualquer envolvimento e sempre se recusou a permitir que os oito antigos funcionários indiciados pelos tribunais argentinos, incluindo Vahidi e o ex-presidente Ali Rasfanjani, fossem interrogados.

A Argentina tem a maior comunidade judaica da América Latina, com cerca de 300 mil membros.

Antes da AMIA, a embaixada de Israel em Buenos Aires foi alvo de um atentado em 1992, que deixou 29 mortos e 200 feridos, também atribuído ao Irão pelos tribunais argentinos e que permanece igualmente impune.

Em 2013, a então Presidente argentina Cristina Kirchner assinou um acordo com Teerão que previa a criação de uma "comissão da verdade" para investigar o ataque, e permitiria que procuradores argentinos viajassem até ao Irão para interrogar os acusados.

O acordo, criticado por líderes da comunidade judaica na Argentina, foi ratificado pelo Congresso de Buenos Aires, mas não pelo Parlamento iraniano.

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