Questionada pela Lusa, fonte da companhia, privatizada em março de 2019 e renacionalizada em julho de 2021, avançou que de 01 a 31 de janeiro de 2022, em 17 voos realizados na rota Praia/Lisboa/Praia, "foram transportados 1.458 passageiros".

A companhia não tem frota própria e opera com um Boeing 757-200 em regime de 'wet leasing' -- inclui tripulação, manutenção e seguro -, sendo que a retoma da operação, em 27 de dezembro de 2021, envolveu até agora apenas a rota entre a Praia e Lisboa (duas ligações por semana).

A partir de hoje, a TACV retoma a ligação entre a ilha de São Vicente e Lisboa, com uma rota semanal, e a partir de 11 de fevereiro a rota entre o Sal e Lisboa.

"A companhia tem previsão de aumentar o número de aeronaves em função da evolução da pandemia e recuperação dos mercados emissores. Contudo, ainda não temos uma data específica", refere a mesma fonte da TACV, questionada pela Lusa sobre a possibilidade de inclusão de uma segunda aeronave, face ao aumento de rotas.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, disse em 26 de janeiro último, no parlamento, que a parceria em negociação com Angola e a companhia angolana TAAG deverá envolver aeronaves Boeing 737, para melhorar a performance da TACV.

O chefe do Governo admitiu que a retoma da operação da TACV em dezembro, após 21 meses sem voos devido à pandemia de covid-19, foi feita com um Boeing 757 que "tem de facto problemas de performance".

"Vai ser substituído por Boeing 737, nomeadamente na parceria que estamos a trabalhar com Angola, para garantir aviões com mais 'performance'", disse Ulisses Correia e Silva.

Acrescentou que essa aeronave em uso -- já certificada para os aeroportos de Cabo Verde - visa "essencialmente" servir os voos para os países da Europa, dado o alcance limitado, e prevê a aquisição de uma aeronave no segundo semestre deste ano para as ligações para Boston (Estados Unidos da América).

De acordo com informação da TAAG, a companhia angolana opera vários Boeing 737 com capacidade para 120 passageiros, essencialmente nas rotas domésticas, que está a substituir por seis Dash 8-400 turbo hélice.

O primeiro-ministro cabo-verdiano também afirmou que os governos de Cabo Verde e Angola estão a procurar uma solução para efetivar uma parceria entre a TACV e a TAAG, companhias aéreas de bandeira dos respetivos países.

"Relativamente à parceria com Angola, nos transportes aéreos, é um processo que o Governo de Cabo Verde está a trabalhar com o Governo de Angola desde 2018. Iniciámos esse processo de conversações e esperamos que possamos encontrar as melhores soluções", afirmou Ulisses Correia e Silva.

A Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) foi privatizada pelo Governo em 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, e renacionalizada em 2021 por decisão do Governo, na sequência da pandemia de covid-19.

A TACV retomou as operações na rota Lisboa - Praia em 27 de dezembro, coincidindo com o 63.º aniversário da companhia aérea cabo-verdiana, depois de um interregno iniciado em março de 2020, na sequência das limitações internacionais impostas para conter a pandemia.

Segundo informação anterior da presidente da companhia, Sara Pires, a TACV deverá introduzir um novo aparelho no segundo trimestre deste ano e até final de 2023 prevê ter três aviões a voar com as suas cores.

Todo este plano de retoma, alertou, está condicionado pela situação da pandemia de covid-19.

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