Segundo um comunicado da Direção dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Macau destaca-se por ter uma taxa de desocupação mais elevada ainda em zonas nobres das ilhas de Coloane e Taipa, atingindo o máximo de 30,3% na vila da Taipa.

A percentagem de habitações "de grande dimensão", com uma área superior a 150 metros quadrados, que se encontravam vazias é também alta (17,2%) devido "ao preço elevado que os residentes dificilmente conseguem comportar", refere o estudo.

A equipa que elaborou o estudo defendeu que o Governo de Macau deve regular o mercado de arrendamento para "evitar bruscas variações nas rendas" e encorajar os proprietários a arrendar habitações desocupadas, nomeadamente através de medidas fiscais.

Os investigadores escreveram que "o problema da habitação em Macau prende-se com uma má distribuição de recursos" na construção de apartamentos cujas características "não conseguem responder às necessidades reais".

"Uma resposta efetiva" ao problema da habitação em Macau passaria pelo governo disponibilizar frações a preços ao alcance dos bolsos dos residentes, referiu o documento.

O estudo da Universidade de Macau previu que, até 2030, seja necessário construir mais 67.200 habitações na região chinesa.

A equipa sublinhou ainda que 10% da população em Macau possa vir a precisar de habitação pública, sobretudo se "a situação quanto ao desemprego e rendimento piore ainda mais".

A taxa de desemprego subiu de 1,7% no final de 2019, antes do início da pandemia de covid-19, para 2,9% em dezembro, o valor mais elevado desde 2009. O rendimento mediano dos trabalhadores a tempo inteiro também caiu de 17 mil patacas (1.900 euros) para 15.600 no mesmo período.

Ainda assim, o estudo concluiu que a oferta de habitação pública, tanto para arrendamento como para compra, será "suficiente" para a procura até 2030.

O Governo de Macau sublinhou que irá disponibilizar 6.150 apartamentos de habitação social, para arrendamento de acordo de os rendimentos das famílias, sendo que 2.100 frações estão já em construção.

Quanto à habitação económica, para venda a preços abaixo dos praticados no mercado privado, as autoridades prometeram disponibilizar 20.400 frações até 2025, sendo que apenas 3.017 estão já em construção.

O número é, no entanto, inferior, às necessidades estimadas pelos investigadores da Universidade de Macau para 2030: 23 mil habitações.

O Governo de Macau prometeu construir 28 mil apartamentos de habitação pública só nos Novos Aterros da Areia Preta, uma ilha artificial de 1,38 quilómetros quadrados conquistada ao mar, a leste da península de Macau.

De acordo com as autoridades da região, os cinco novos aterros, num total de 3,5 quilómetros quadrados, vão receber, ao todo, cerca de 162 mil pessoas.

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