O comissário europeu para o Alargamento, Olivér Várhelyi, informou no final da conferência o montante assumido pela comunidade internacional e esclareceu que, de 2023 em diante, estão previstos subsídios de 2,3 mil milhões de euros.

Além disso, instituições financeiras internacionais e outros doadores anunciaram empréstimos no valor de 1,7 mil milhões de euros.

Destes compromissos, 4,8 mil milhões de euros provêm da UE e dos seus estados-membros, 75% do total, explicou o comissário.

"Estes números são mais elevados do que no ano passado e, portanto, acho que, apesar da guerra na Europa, apesar da pandemia de covid-19, os doadores estão a enviar um sinal muito forte para a Síria e para a região, de que estamos dispostos a fazer ainda mais pela paz naquele país e para reconstruí-lo", disse Várhelyi.

Bruxelas esperava reunir neste evento, pelo menos, um montante semelhante ao alcançado no ano passado, que ascendeu a 5,3 mil milhões de euros para 2021 e para os próximos anos.

A UE insistiu em não esquecer a guerra na Síria, apesar de o conflito ter começado há 11 anos e perante a urgência de conflitos mais recentes, como o ucraniano.

O confronto entre o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e as forças rebeldes provocou mais de 6,9 milhões de deslocados dentro do país e mais de 6,5 milhões de refugiados, dos quais 5,7 milhões vivem em países da região, principalmente Turquia, Jordânia, Líbano, Iraque e Egito, segundo dados das Nações Unidas.

Esta foi a primeira conferência de apoio à Síria realizada presencialmente, após dois anos da pandemia e, como novidade, não foi copresidida pela ONU, como era tradição.

A União Europeia decidiu não convidar a Rússia, por causa da invasão da Ucrânia, e a ONU optou por não copresidir, por esse país ser membro permanente do seu Conselho de Segurança.

O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, que abriu a conferência, disse que apenas foram convidados "parceiros que tenham um interesse real em contribuir para a paz no mundo".

"A Rússia, com a sua agressão na Ucrânia, mostrou claramente que não tem esse interesse em manter a paz no mundo", concluiu o chefe da diplomacia europeia.

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