Falando aos jornalistas no final de uma arruada no centro de Setúbal, onde também marcou presença o candidato socialista por este círculo eleitoral e ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, Costa foi questionado se, à semelhança do socialista e ministro Augusto Santos Silva -- que hoje, numa entrevista ao jornal Expresso, disse estar disponível para um "acordo de cavalheiros" com o PSD -- também equaciona um entendimento com os sociais-democratas.

Na resposta, o também primeiro-ministro afirmou que não quer "especular sobre o futuro", mas reiterou que está disponível para dialogar com todos, "com exceção do Chega", sustentando que é isso que tem feito desde que formou Governo em 2015.

"Nós tivemos, durante quatro anos [entre 2015 e 2019], um acordo escrito com o PCP, com o Bloco de Esquerda, com o PEV, e não foi isso que nos impediu de continuar com o PSD em tantas e tantas matérias. Nesta legislatura, dialogámos com todos também", disse.

Para exemplificar a capacidade de diálogo do PS, António Costa relembrou que, durante a negociação do Orçamento do Estado -- chumbado por todos os partidos com a exceção do PAN e do PS --, dialogou "até ao último minuto da votação na generalidade".

No que se refere a entendimentos com os sociais-democratas, o secretário-geral do PS salientou que, "ainda agora" fez "uma reforma muito importante em conjunto com o PSD sobre o sistema de comando" das Forças Armadas, que caracterizou como uma "reforma central" para o regime e para o país.

"Portanto, nós somos capazes e temos capacidade para discutir com todos, temos capacidade para construir soluções, consensos. Temos capacidade para isso desde que os portugueses nos deem obviamente o mandato no próximo domingo para continuarmos a avançar", frisou.

O líder socialista disse que a "questão central desta campanha eleitoral, nesta fase final, onde há muitas pessoas que ainda estão a ponderar qual é o seu sentido de voto", é garantir que a "solução de estabilidade que existirá a partir da próxima segunda-feira não exige, nem compromete, qualquer tipo de condicionamento ou influência por parte da extrema-direita".

"E, para que isso aconteça, só há uma solução, que é o PS ser claramente o primeiro e ter a força suficiente para gerar os consensos que deem estabilidade ao país e tranquilidade aos portugueses", afirmou.

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