"É necessária uma melhoria considerável do orçamento para as Forças Armadas. Tem que haver um acompanhamento para que as Forças Armadas estejam em condições de poder desenvolver as suas atividades, as suas missões, consagradas na própria Constituição da República", pediu Anildo Morais.

O chefe de Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA) cabo-verdiano fez essas declarações à saída de um encontro de trabalho com o Presidente da República, José Maria Neves, que é o comandante supremo das Forças Armadas do arquipélago.

Segundo o CEMFA, a instituição teve "muitos ganhos" nos últimos cinco anos, nomeadamente com "melhorias consideráveis" na qualidade de vida dos quartéis, melhor gestão dos recursos humanos e melhores salários, mas quer mais.

"Mas precisamos ainda muito mais para o funcionamento. Precisamos desse reforço para podermos estar à altura dos desafios do próprio país", completou Anildo Morais.

Em 06 de janeiro, a ministra da Defesa de Cabo Verde, Janine Lélis, disse que o país poderá "fazer a diferença" com a lei da programação militar, que deverá ser aprovada ainda nesta legislatura, para modernizar as Forças Armadas do país.

Apesar de sublinhar que vai levar tempo para ser bem concebida, a ministra garantiu que, ao ser aprovada, a lei vai trazer planificação para as Forças Armadas, sobre os meios a adquirir, quer humanos quer materiais, o que facilitará igualmente na previsão orçamental.

"Fazendo isso consegue-se a modernização das Forças Armadas, garantindo-lhe efetivamente os meios que precisam para o cumprimento da sua missão", salientou a titular da pasta de Defesa em Cabo Verde na altura.

Ainda relativamente ao encontro, Anildo Morais avançou que abordou com o chefe de Estado o funcionamento, o estado atual e os desafios das Forças Armadas cabo-verdianas.

O encontro também serviu de preparação da visita que o Presidente da República vai efetuar às instalações das Forças Armadas no país, entre 09 e 12 de fevereiro, começando pelo Estado Maior, na cidade da Praia, seguido das regiões militares do Sal e de São Vicente.

Anildo Morais assumiu a liderança das Forças Armadas cabo-verdianas em abril de 2016 e foi reconduzido ao cargo em junho de 2019, pelo que este ano vai terminar os dois mandatos legalmente previstos à frente da instituição.

"Brevemente estarei no fim da comissão de serviço e, naturalmente, por questões legais, o limite de idade, terei que passar à reforma", previu, garantindo que a sua ida ao PR não foi uma despedida, uma vez que ainda "há muito tempo" e dossiês em carteira.

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