"Temos feito um progresso importante nos últimos anos, mas ainda temos um trabalho de casa que estamos a fazer, sobretudo na implementação das tecnologias de informação e comunicação e na introdução de respostas céleres e efetivas para que o Estado seja facilitador do setor privado", declarou Olavo Correia.

O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças e do Fomento Empresarial falava durante um 'workshop' participativo sobre diálogo público-privado, na cidade da Praia.

O governante expressou o desejo de o Estado cabo-verdiano ser a cada dia mais eficiente, célere, facilitador e promotor do setor privado e acrescentou que Cabo Verde está num processo de transição que visa diminuir a burocracia que ainda persiste no setor público, de modo a desenvolver o país de forma sustentável.

O ministro afirmou que, apesar da burocracia fazer parte do funcionamento dos Estados democráticos, existe ainda a necessidade de torná-la mínima, considerando que o Estado será mais efetivo quando houver uma mudança de atitudes dos que prestam o serviço e quando o país desenvolver as suas tecnologias de informação e comunicação.

O titular da pasta das Finanças reconheceu que ainda existem lacunas e que nem sempre os diálogos levam a resultados tangíveis, mas prometeu diálogo com os privados.

"O Governo assume trabalhar para uma convergência com o setor privado numa plataforma de diálogo público-privado inclusivo, sustentável, orientado para resultados concretos", prometeu.

Por sua vez, o presidente da Câmara do Comércio de Sotavento, Marcos Rodrigues, disse que o país está longe dos propósitos de convergências de desenvolvimento, salientando que o mais importante neste momento de retoma económica é que os resultados dos diálogos sejam visíveis.

"Quanto à hierarquização dos diálogos e a questão da responsabilização do mesmo nem sempre tem sido eficiente e nem sempre tem sido materializado, de forma que é preciso lançar essa discussão e encontrar uma linha de orientação que possa ser facilitadora da materialização dos conteúdos", apontou.

O representante dos empresários do Sotavento cabo-verdiano ressaltou que os responsáveis pelos setores devem responder com soluções efetivas para as pessoas de modo a combater a burocracia e evitar o desperdício de tempo na resolução de problemas.

A embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Carla Grijó, realçou que o diálogo é importante para qualquer programa de desenvolvimento económico dos países, especialmente o arquipélago por ter ainda um diálogo que acontece muitas das vezes informalmente.

"A intenção é encontrar aqui uma metodologia e uma solução que permita que este diálogo tenha mais estruturas e que possa ser mais eficaz", salientou a embaixadora.

O 'workshop' participativo tem por objetivo proporcionar um espaço para analisar o diálogo entre as instituições públicas e privados no arquipélago.

O evento baseou-se no primeiro diagnóstico público realizado em 2021, por consultores do Mecanismo de Reforma do Clima de Investimento (ICR Facility) a pedido da Delegação da União Europeia em Cabo Verde.

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