"É importante ver como é que podemos ter UM seguro contra secas e cheias para que as famílias não possam sofrer", disse Maleiane, citado hoje pela emissora pública Rádio Moçambique.

O governante falava numa reunião do Comité Operativo de Emergência (COE), na cidade de Nampula, norte do país, após visitar zonas destruídas pela passagem do ciclone Gombe, na sexta-feira.

"Estamos a trabalhar para termos um seguro soberano, porque não é possível prever o que vai acontecer a nível de infraestruturas. Por mais resilientes que possamos ser, as mudanças climáticas estão a dar-nos uma visão que nós não conheciamos", afirmou o primeiro-ministro.

Na província de Nampula, Adriano Maleiane sobrevoou os distritos da Ilha de Moçambique e Mossuril e visitou as vilas sede de distrito de Monapo e Mogincual, onde apontou como prioritária a reposição das vias de acesso e a eletricidade.

"Encontrei problemas de transitabilidade e, como consequência disso, os serviços que dela dependem ficam bloqueados. Temos problemas colaterais por causa disso. Quanto a energia, a boa notícia é que estamos a fazer as religações", observou.

A passagem do ciclone Gombe provocou a morte de 15 pessoas, informou na segunda-feira à Lusa o porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD).

"Estes novos óbitos são o resultado de desabamento de infraestruturas e queda de árvores", explicou a fonte, acrescentando que pelo menos 50 pessoas ficaram feridas.

No total, segundo os dados do INGD, 100.441 pessoas foram afetadas nas províncias de Nampula (Norte) e Zambézia (Centro) e, deste número, pelo menos 11 mil foram acolhidas nos 25 centros criados pelas autoridades para prestar assistência às comunidades.

As autoridades moçambicanas registaram ainda 11.882 casas totalmente devastadas e duas pontes destruídas, bem como a queda de um total de 141 postes de energia.

A tempestade Gombe chegou à costa moçambicana na madrugada de sexta-feira na categoria de ciclone intenso com chuva torrencial e vento de 165 quilómetros por hora, com rajadas superiores a 200.

O temporal atingiu Moçambique três anos depois de os ciclones Idai e Kenneth terem fustigado, respetivamente, as regiões centro e norte do país naquela que foi uma das mais severas épocas chuvosas de que há memória.???????

PMA (EYAC) // PJA

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