"Não vamos produzir erratas. Retiramos o livro porque contém vários erros. Uma errata não iria resolver o problema dos erros que constam do livro, porque são inaceitáveis, inadmissíveis", afirmou Carmelita Namashulua.

Namashulua falava após uma visita a uma escola na cidade de Maputo, onde assistiu a uma aula da 6.ª classe.

Na ocasião, a ministra da Educação e Desenvolvimento Rural anunciou a suspensão do diretor do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação (INDE), entidade estatal responsável pela direção do processo de produção dos livros, a dissolução da Comissão de Avaliação do Livro Escolar (CALE) e a sua substituição por uma outra estrutura.

Carmelita Namashulua avançou ainda que todos os livros do Sistema Nacional de Educação usados nos anos letivos de 2016 a 2022 serão revistos para a deteção de eventuais erros.

A revisão será feita por uma comissão que envolve peritos de instituições universitárias, assinalou Carmelita Namashulua.

"Com as nossas universidades, estamos a trabalhar no sentido de fazer a revisão de todos os livros que estão no sistema", enfatizou Namashulua, salientando que o processo vai incluir manuais de todas as disciplinas.

Entre os erros mais gritantes detetados no livro do 6.º ano está a localização geográfica de Moçambique, que no livro é situado na África Oriental e não consta como país da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), entidade em cuja fundação participou.

Uma outra anomalia considerada grave é a localização de antigas fronteiras do Zimbabué, país que faz fronteira com Moçambique, mas que o livro indica ser banhado pelo Mar Vermelho.

Os equívocos incluem ainda a ilustração de uma foto do parlamento angolano como sendo de Moçambique.

Na sequência dos erros, está em curso um inquérito aberto pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

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