"Há um trabalho que está a ser feito de levantamento dos valores necessários para a reabilitação deste troço", declarou à comunicação social o porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, momentos após uma reunião do órgão na Presidência moçambicana em Maputo.

Em causa está o acidente de viação que tirou a vida de 13 pessoas e feriu outras seis na sexta-feira, no distrito da Manhiça, ao longo da Estrada Nacional 1, segundo os dados avançados pelas autoridades.

O excesso de velocidade e uma ultrapassagem irregular estão entre as principais causas do acidente, que envolveu um furgão de transporte de passageiros e um camião, segundo a Polícia da República de Moçambique.

Embora admita que a degradação da EN1 é do conhecimento do Governo, o porta-voz do Conselho de Ministros afirmou que os relatórios preliminares apontam para o excesso de velocidade por parte do condutor do furgão de transporte de passageiros como a causa do acidente.

"As informações preliminares indicam que o motorista da viatura de transporte de passageiros será eventualmente o maior culpado [...]Mas há todo um trabalho que está a ser levado a cabo", frisou Filimão Suaze.

Em abril, o Governo moçambicano anunciou a intenção de reabilitar a EN1 e, segundo cálculos avançados na altura pelo Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, as obras estavam orçadas em 750 milhões de dólares (713 milhões de euros, no câmbio atual).

Na altura, o Governo moçambicano indicou que o valor necessário para a reabilitação, que inclui a construção de um total de 13 portagens e que vai incidir numa extensão de 1.300 quilómetros dos 2.477 quilómetros que a rodovia possui, seria disponibilizado pelo Banco Mundial.

A EN1, a única estrada que liga o sul, centro e norte de Moçambique, tem sido palco de graves acidentes de viação, com várias mortes e quase sempre envolvendo transportes coletivos.

No mesmo local onde ocorreu o acidente de sexta-feira, 32 pessoas morreram há um ano quando dois camiões e um autocarro se envolveram numa ultrapassagem irregular.

Em novembro de 2021, outras 17 pessoas morreram no mesmo distrito, num acidente entre transportes coletivos.

Em 22 de janeiro deste ano, 28 pessoas morreram na EN1 na província da Zambézia, centro de Moçambique, num acidente que envolveu um veículo de mercadorias e um ligeiro de transporte coletivo.

Os índices de sinistralidade rodoviária em Moçambique são classificados como dramáticos por várias organizações.

Em média, pelo menos mil pessoas morrem anualmente nas estradas, segundo dados avançados à Lusa pela Associação Moçambicana Para as Vítimas de Insegurança Rodoviária (Amviro).

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