A conferência sobre a Síria e os países vizinhos, aberta pelo primeiro-ministro finlandês, Juha Sipila, contou com a presença do Alto-Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, e dos responsáveis do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Stephen O'Brien, e do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD), Helen Clark, entre outras autoridades.

Durante o evento, em que participaram também mais de 240 organizações não-governamentais, as agências das Nações Unidas apresentaram um Plano Regional de Refugiados e Resiliência (3RP) para 2017-2018, em que se estabelece as prioridades humanitárias da ONU para a Síria e os países vizinhos.

Este plano tem como objetivo prestar ajuda humanitária a 13,5 milhões de sírios dentro do país, que necessitam de assistência urgente, e a mais de 4,7 milhões de refugiados na Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito, assim como as comunidades que os têm acolhido nestes países.

"O sofrimento do povo sírio não cessa. É imperativo que intensifiquemos os nossos esforços coletivos para satisfazer as necessidades dos 13,5 milhões de homens, mulheres e crianças sírios que necessitam urgentemente de assistência e proteção humanitária", disse Stephen O'Brien, durante a conferência.

Os seis anos de conflito armado entre o Governo do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e os grupos rebeldes provocaram o abandono dos lares por mais da metade da população, até mesmo em várias ocasiões.

A maioria dos refugiados vive na pobreza e tem graves dificuldades para cobrir as suas necessidades essenciais, como ter uma casa, comida e atenção médica, logo, o inverno torna-se uma questão de vida ou morte.

Cerca de 70% dos refugiados com maiores necessidades são mulheres e crianças e mais de metade dos menores de idade não tem acesso à educação, segundo a ONU.

As agências das Nações Unidas manifestaram a sua preocupação sobre crescente brecha que existe entre os fundos disponíveis e as necessidades de financiamento da ajuda humanitária.

"Apesar das generosas contribuições dos países doadores, o financiamento segue insuficiente para responder ao que continuar a ser uma das piores crises humanas do mundo de hoje", assinalou a ONU num comunicado.

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