Segundo dados compilados hoje pela Lusa, com base no relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, o banco central angolano colocou no mercado primário, entre 27 de fevereiro e 03 de março, as terceiras emissões de dívida pública de 2017, um total de 34 mil milhões de kwanzas (193,1 milhões de euros) em Bilhetes do Tesouro (BT) e 300 milhões de kwanzas (1,7 milhões de euros) em Obrigações do Tesouro (OT).

As taxas de juro médias pela emissão de BT pelo BNA, em representação do Estado angolano, oscilaram entre os 16,12% (16,13% na semana anterior) na maturidade a 91 dias e os 23,94% no prazo de 364 dias (inalterada).

Já as taxas de juro das OT, com maturidade de três anos, ficaram nos 7% ao ano.

No segmento de venda direta de Títulos do Tesouro ao público em geral foram ainda colocados, na última semana, 1,6 mil milhões de kwanzas (nove milhões de euros) em dívida pública, no caso Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional e Bilhetes do Tesouro.

Desde o início da emissão de dívida em 2017, que só arrancou na segunda quinzena de fevereiro, Angola já colocou 193,6 mil milhões de kwanzas (1.100 milhões de euros) em bilhetes e obrigações do Tesouro.

Angola vive desde finais de 2014 uma crise financeira e económica e no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2017 as receitas fiscais só deverão cobrir 49,6% das necessidades totais, acrescido das receitas patrimoniais, com 6,7%, de acordo com o mesmo documento.

As receitas provenientes do endividamento público deverão atingir um peso de 43,6% do valor global inscrito no Orçamento, chegando a 3,224 biliões de kwanzas (18,2 mil milhões de euros).

Além de contrair nova despesa pública, no mercado interno e externo, o OGE de 2017 prevê 2,338 biliões de kwanzas (12,8 mil milhões de euros) para o serviço da dívida este ano.

Nas contas do Governo está inscrito um défice orçamental de 5,8% do PIB em 2017, no valor de 1,139 biliões de kwanzas (6,4 mil milhões de euros).

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