Numa intervenção no plenário da Assembleia Legislativa da região, a deputada eleita por sufrágio universal garantiu que a iniciativa merece todo o seu apoio e faz "votos de que sejam esclarecidos os respetivos objetivos e que a proposta de lei seja elaborada com toda a cautela, com vista à sua real e eficaz operacionalidade".

A Direção de Inspeção e Coordenação dos Jogos (DICJ) de Macau indicou haver um consenso quanto ao controlo do acesso dos trabalhadores do setor aos casinos fora das horas de serviço e "que se vai fazer todo o possível para apresentar a correspondente proposta de lei à Assembleia Legislativa antes do termo desta sessão", de acordo com a deputada.

"Nestes últimos anos, têm surgido, de quando em vez, notícias sobre trabalhadores de casinos viciados no jogo. Segundo vários relatórios de estudo sobre o assunto, os 'croupiers' são os mais expostos ao perigo da dependência", sublinhou Angela Leong, para quem "os operadores do setor do jogo ganham bem, mas o seu trabalho é monótono, e a necessidade de fazer turnos limita as suas relações sociais".

A isto "juntam-se as elevadas somas de dinheiro que lhes passam pelas mãos e a impossibilidade de atenuar o stresse e de resistir à sedução do dinheiro, que os leva a apostar", observou a deputada, apontando, por outro lado, que "também não são poucos os trabalhadores que consideram que a ordem de interdição de entrada nos casinos é uma discriminação".

Neste sentido, defendeu que "os serviços competentes devem auscultar as opiniões do setor e também as dos trabalhadores para pensarem novamente sobre como fazer a lei e conseguirem chegar a um consenso".

"O Governo deve reforçar as políticas sobre o jogo responsável, garantindo aos trabalhadores da indústria do jogo uma vida saudável, com vista a poderem contribuir, em boa forma, quer física, quer psicológica para o desenvolvimento sustentável da indústria do jogo de Macau", sustentou Angela Leong, quarta mulher do magnata do jogo Stanley Ho.

O Instituto de Ação Social (IAS) emite anualmente um relatório relativo ao "sistema de registo central dos indivíduos afetados pelo distúrbio do vício do jogo", em que junta informação estatística sobre quem procura ajuda devido a problemas relacionados com o jogo, na tentativa de compreender hábitos e comportamentos.

Em 2015, encontravam-se registadas 147 pessoas no sistema central, dos quais mais de 80% eram residentes de Macau.

Aproximadamente 20% das pessoas empregadas que procuraram ajuda do Governo eram 'croupiers' (que trabalham em mesas de jogo dos casinos), de acordo com o documento publicado pelo IAS.

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