O governante respondeu desta forma às informações postas a circular no país segundo as quais o Porto de Bissau "teria sido já vendido ou concessionado por um período de 90 anos" a uma empresa estrangeira.

"É mera especulação dizer que o Porto foi vendido ou concessionado. Neste momento há a continuação dos trabalhos de avaliação da potencial empresa que poderá vir a gerir o Porto. É um trabalho que já vinha dos governos anteriores. É a continuidade do Estado", disse o ministro dos Transportes.

Fidelis Forbs assinalou ainda que o governo criou uma comissão que está a apreciar as propostas técnica e financeira apresentadas por duas empresas, a francesa Necotrans e a filipina, ICTSI, na sequência de um concurso público lançado em 2013 ao abrigo do Plano de Desenvolvimento do Porto de Bissau.

Até à primeira semana do mês de agosto, a comissão irá apresentar ao ministro dos Transportes o nome da empresa vencedora do concurso e Fidélis Forbs irá levar a decisão ao conselho de ministros para o anúncio final.

Forbs desdramatizou a preocupação manifestada publicamente pelo presidente do sindicato dos trabalhadores do Porto de Bissau, Ivo Cá, segundo a qual o processo de concessão estava a ser conduzido sem que os funcionários fossem informados.

"Já falamos com o sindicato, os trabalhadores estão devidamente informados sobre todo este processo", assinalou o governante, sublinhando ser sua determinação "salvaguardar os interesses dos trabalhadores".

Fidélis Forbs precisou ter sugerido ao conselho de ministros que a empresa que venha a ficar com a concessão do Porto de Bissau assumisse os 100% dos atuais trabalhadores, pelo menos, durante os primeiros cinco anos de gestão.

Dados na posse do Governo a que a Lusa teve acesso indicam que o Porto de Bissau "precisa de uma rápida injeção do capital", caso contrário entra na insolvência, por, com a gestão própria, não ser capaz de suportar os custos com a massa salarial que ascende mensalmente a 220 milhões de francos CFA (335 mil euros).

O Porto conta atualmente com 613 funcionários, mas o serviço prestado "está aquém do desejável", segundo um estudo do Governo, que aponta que desde 1969 que não foi feita nenhuma dragagem no porto.

O estudo indica ainda que atualmente o calado máximo admitido no Porto comercial de Bissau baixou de 14 metros para entre 10 a 11 metros e ainda que o acesso é limitado devido ao facto de cerca de 14 navios estarem afundados nos arredores do cais.

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