"Basicamente, mostra-nos que o final do caminho para os antibióticos não está muito longe, que teremos uma situação em que teremos pessoas em unidades de emergência ou com infeções urinárias para as quais não teremos medicamentos", disse o diretor do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, Tom Frieden, em entrevista publicada hoje no Washington Post.

Os investigadores detetaram a bactéria, em abril, na urina de uma mulher de 49 anis na Pensilvânia e que não se ausentou do país durante os últimos cinco meses, explicaram as autoridades de saúde norte-americanas em várias entrevistas.

A estirpe daquela bactéria tem um gene móvel com resistência à colistina, o antibiótico que as autoridades de saúde utilizam como último recurso nos casos das bactérias mais difíceis de combater.

Aquela descoberta mostra o "surgimento de uma bactéria verdadeiramente resistente a todos os medicamentos", escrevem investigadores num estudo publicado na revista especializada "Antimicrobial Agents and Chemotherapy".

A "gen mcr-1" foi detetada pela primeira vez em novembro na China, num estudo realizado por cientistas britânicos e chineses.

"Como as bactérias podem propagar genes entre elas, cria-se uma situação em que se pode vir a ter bactérias resistentes a todos os antibióticos conhecidos. E isso é uma perspetiva aterradora", explicou a investigadora Beth Bell.

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