Segundo Camará, com a venda, o Estado guineense deverá arrecadar cerca de 10,3 milhões de euros, sendo que 35 por cento desse montante será utilizado para o inventário florestal, fiscalização e repovoamento do parque florestal guineense.

O resto do dinheiro será depositado no Tesouro Público.

A madeira, espalhada nas florestas e em contentores em Bissau, tinha sido apreendida pelo governo depois de cortada nas florestas do país de forma ilegal, entre 2012 e 2014, por madeireiros nacionais e estrangeiros.

Na sequência do golpe militar de 2012, as autoridades civis denunciaram um processo de corte massivo das florestas, tendo produzido uma moratória de cinco anos, ainda em vigor.

O CITES - Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção, sancionou a Guiné-Bissau, proibindo a exportação da madeira cortada naquele período.

Para o CITES aceitar o levantamento do embargo, o governo guineense teve que adequar a legislação interna aos princípios da organização.

O diretor-geral da Floresta, Mamadu Camará, explicou que o governo guineense "sempre procurou chegar a um entendimento com o CITES", no sentido de poder vender a madeira que agora terá que ser escoada num prazo de 90 dias.

A China, o Vietname e a India são os principais destinos da madeira, constituída essencialmente por "pterocarpus violaceus", conhecido na Guiné-Bissau como "pau sangue", é a principal espécie cortada.

Mamadu Camará assinalou que o resto da madeira que não for exportada será utilizada para o consumo interno.

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