A posição do executivo guineense está expressa no comunicado a que a Lusa teve hoje acesso e que dá conta das deliberações do Conselho de Ministros ordinário realizado na quarta-feira, em Bissau.
O documento sublinha que o Governo guineense analisou "o impacto" das declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a transferência da embaixada daquele país para Jerusalém" e "as consequências que daí poderão advir" para o processo de paz no Médio Oriente.
A apreciação da situação foi feita entre o secretário de Estado guineense da cooperação, Dino Seidi, e pelo embaixador da Palestina em Bissau, destaca ainda o comunicado do Governo.
O Governo da Guiné-Bissau "reitera a sua solidariedade indefectível" para com o povo e o governo palestinianos e reafirma o princípio de dois Estados (Israel e Palestina) e da coexistência pacífica, lê-se ainda no comunicado do Conselho de Ministros.
Trump anunciou na passada quarta-feira (06 de dezembro) que os Estados Unidos reconhecem Jerusalém como capital de Israel e que vão transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, contrariando a posição da ONU e dos países europeus, árabes e muçulmanos, assim como a linha diplomática seguida por Washington ao longo de décadas.
Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.
A questão de Jerusalém é uma das mais complicadas e delicadas do conflito israelo-palestiniano, um dos mais antigos do mundo.
Israel ocupa a parte oriental da cidade desde 1967 e declarou, em 1980, toda a Jerusalém como a sua capital indivisa.
Os palestinianos querem fazer de Jerusalém oriental a capital de um desejado Estado palestiniano, coexistente em paz com Israel.
Jeruslalém é considerada uma cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos.
MB // VM
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