"Uma maioria esmagadora de 74% das empresas chinesas respondeu que se sente otimista sobre o futuro e, refletindo este sentimento, a maior parte das companhias chinesas fez investimentos que representam um compromisso a longo prazo em África, em vez de comércio rápido ou empreitadas", lê-se no relatório. da Mckinsey.

A Mckinsey, que diz desmistificar alguns preconceitos sobre a presença chinesa em África, revela que o Investimento Direto Estrangeiro chinês no continente cresceu a 40% ao ano, ao passo que o comércio bilateral registou avanços de 20% todos os anos durante a última década.

"A China é também a maior fonte de ajuda e o maior financiador de infraestruturas, apoiando muitos dos mais ambiciosos projetos nos últimos anos em África", lê-se no documento, que aponta também que as empresas chinesas têm 12% da produção industrial, avaliada em 500 mil milhões de dólares por ano, e têm mais de metade da quota de mercado de engenharia, contratos e construção.

O relatório, com o título 'Dança de Leões e Dragões', nota também que quase 25% das 100 empresas chinesas inquiridas nesta investigação dizem ter coberto o seu investimento inicial em apenas um ano ou menos, e um terço teve margens de lucros superiores a 20%.

"O envolvimento chinês em África deve acelerar, e em 2025 as empresas chinesas podem aumentar os lucros dos atuais 180 mil milhões de dólares para 440 mil milhões", estima um dos autores do relatório.

Neste panorama positivo, a Mckinsey considera que esta relação comercial entre a China e o continente africano apresenta três benefícios económicos principais para os africanos: a criação de emprego e o desenvolvimento de capacidades, com 89% dos empregados das empresas chinesas a serem africanos, e a transferência de conhecimento e nova tecnologia, com 48% das empresas a introduzirem no mercado um novo produto ou serviço e 36% a introduzirem nova tecnologia nos últimos três anos.

Para além da parte laboral e tecnológica, o relatório aponta também a vantagem do financiamento e desenvolvimento de infraestruturas, com os líderes do setor público africano a elogiarem a eficiente estrutura de custos e a rapidez na construção das obras.

Por outro lado, o documento identifica também três áreas em que as relações podiam ser melhores, nomeadamente nas fontes de contratação locais, já que só 47% das empresas chinesas contratam empresas africanas, nos chefes africanos, que são apenas 44% do total, e nas dificuldades de relacionamento entre os dois povos.

"As empresas chinesas citam a segurança pessoal e a corrupção nalguns países como as principais preocupações, e para os líderes africanos a linguagem e as barreiras culturas são as maiores dores de cabeça", conclui o relatório.

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