As autoridades francesas foram informadas que uma equipa das Nações Unidas recebeu relatos dando conta de soldados franceses da Sangaris que terão forçado raparigas a terem relações sexuais com animais em troca de dinheiro, relatou à agência France Presse um responsável da ONU.

"Nós recebemos relatos de casos de bestialidade envolvendo soldados franceses, mas nesta altura ainda não temos confirmação", acrescentou.

"O número exato e a natureza destas alegações extremamente perturbadoras estão por determinar", indicou um comunicado da Organização das Nações Unidas.

Os soldados dos contingentes do Burundi e do Gabão que servem na missão da ONU na República Centro-Africana (Minusca) ficaram confinados nas casernas enquanto decorreram as investigações sobre os factos que os envolvem, refere a mesma nota, sem precisar quais os factos.

As alegadas violências sexuais terão ocorrido entre 2013 e 2015 na região de Kemo, nordeste de Bangui (capital). Uma equipa da ONU foi enviada ao local para contactar as vítimas e para recolher informações.

Segundo um relatório da organização não-governamental AIDS-Free World, três raparigas afirmaram a um responsável da ONU que em 2014 foram despidas e amarradas por um militar da Sangaris e forçadas a ter relações sexuais com im cão. De acordo com a mesma organização, cada uma recebeu, depois, dinheiro.

Esta segunda-feira, as Nações Unidas reportaram dois novos casos de abusos sexuais, um dos quais a uma jovem de 14 anos, por soldados de Marrocos e do Burundi da Minusca.

Mais de 25 casos de abusos ou de exploração sexuais foram relatados pela ONU desde o início do ano.

O Conselho de Segurança da ONU deve analisar hoje, em sessão à porta fechada, um relatório sobre as recentes alegações de violência sexual.

Este órgão da ONU aprovou, a 11 de março, uma resolução proposta pelos Estados Unidos, que defende o repatriamento de contingentes inteiros de forças de paz em casos de suspeita de abuso ou exploração sexuais.

JH // APN

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