À saída de uma audiência conjunta com os cinco partidos representados no Parlamento, o grupo dos 15 deputados expulsos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), na presença de elementos da sociedade civil e comunidade internacional, foram visíveis as divergências.
A direção do Parlamento também foi representada na audiência, através do primeiro vice-presidente do órgão, Inácio Correia.
O Presidente guineense, José Mário Vaz, quis ouvir os partidos com assento parlamentar, a direção do próprio Parlamento, a coordenação do grupo dos deputados expulsos do PAIGC, sobre um roteiro que desenhou para saída da crise política no país.
Os líderes dos partidos PAIGC, Domingos Simões Pereira, do Partido da Convergência Democrática (PCD), Vicente Fernandes, do Partido da Nova Democracia (PND), Iaia Djaló e Agnelo Regalla da União para Mudança (UM), foram taxativos nas suas declarações aos jornalistas em como mostraram a José Mário Vaz o seu desacordo com o roteiro.
Afirmam que o documento é contrário ao espírito do Acordo de Conacri, instrumento patrocinado pelos líderes da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) para saída da crise na Guiné-Bissau.
No essencial, o acordo prevê a nomeação de um primeiro-ministro de consenso dos partidos representados no Parlamento e a confiança do Presidente guineense.
Os quatro partidos contrários ao roteiro de José Mário Vaz não reconhecem o atual governo liderado pelo primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló.
O representante do Parlamento na audiência, Inácio Correia, disse ter informado ao chefe do Estado guineense, que o órgão não concorda com o roteiro "por existir já" o Acordo de Conacri, que, afirma, deve ser cumprido.
Alinhando-se com os quatro partidos, Jorge Gomes, presidente do movimento da sociedade civil guineense, afirmou que o roteiro proposto por José Mário Vaz, "apenas serve para gastar tempo" enquanto a população sofre, observou.
Do outro lado, o coordenador do grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC, Braima Camará e o representante do Partido da Renovação Social (PRS), Certório Biote, concordaram com o documento e dizem ser "único caminho" para "se acabar, de forma definitiva" com a crise no país.
Na quarta-feira, o Presidente guineense reuniu-se com o mesmo propósito com os partidos sem representação no Parlamento, as confissões religiosas e os líderes tradicionais.
MB // EL
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