"Cabo Verde e as autoridades estão empenhados em lutar contra o crime organizado, particularmente o tráfico de drogas que tem outros crimes conexos. A PJ, que tem a competência no território nacional para a investigação de todo o tipo de crime relacionados com estupefacientes e lavagem de capitais, vai continuar a fazer o seu trabalho", disse Patrício Varela, citado pela agência de notícias cabo-verdiana Inforpress.

O diretor da Polícia Judiciária (PJ) falava aos jornalistas, na quinta-feira, à margem da incineração de cerca de 500 quilos de droga, 300 quilos de cocaína e 160 quilos de cannabis, nos arredores da cidade da Praia.

De acordo com Patrício Varela, a droga era proveniente de apreensões realizadas entre 2010 e 2011, cuja queima ainda não tinha sido autorizada, além dos 280 quilos de cocaína apreendidos este mês no pesqueiro Príncipe III, proveniente do Brasil, e dos quatro quilos apreendidos esta semana no Aeroporto da Praia a um casal brasileiro.

Patrício Varela lembrou as grandes apreensões de droga realizadas nos últimos anos: 1500 quilos da operação "Lancha Voadora" na Praia, 521 quilos em São Vicente e 280 quilos também na Praia.

"Essas apreensões não são feitas de um momento para o outro. Levam meses de informação e inteligência policial, sempre com a troca de informações com outros países", disse, esclarecendo que, assim como a PJ cabo-verdiana tem feito grandes apreensões com a ajuda dos outros países, os outros países também beneficiam das informações fornecidas por Cabo Verde no combate ao tráfico de droga.

O diretor da PJ assegurou que o esforço feito nos últimos anos irá continuar para que o tráfico de droga "não faça escola" em Cabo Verde.

Questionado sobre a insuficiência de meios naquela força policial, Patrício Varela adiantou que irá ter brevemente oportunidade de solicitar o aumento do número de efetivos para que a PJ esteja representada em todo o território nacional.

A incineração das drogas, que envolveu dezenas de polícias, foi acompanhada pelo procurador da Praia, Victor Moeda, da coordenadora da Comissão de Coordenação do Combate à Droga (CCC-Droga), Fernanda Marques, e da coordenadora do Gabinete das Nações Unidas de Luta Contra a Droga e o Crime (ONUDC), Cristina Andrade.

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