"Vou indicar o nome do primeiro-ministro e peço aos guineenses que me acompanhem", disse o chefe de Estado, em declarações no aeroporto de Bissau, vindo da Etiópia, onde participou em reuniões da comunidade de países da Africa Ocidental e da União Africana.

O Presidente referiu que o novo primeiro-ministro terá como "única tarefa" preparar as próximas eleições legislativas, previstas para este ano, mas que ainda não têm data marcada.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) patrocinou o Acordo de Conacri, que previa a nomeação de um primeiro-ministro de consenso para resolver a crise política no país.

José Mário Vaz disse que não há entendimento entre os atores políticos sobre a figura a ser nomeada primeiro-ministro, no âmbito do Acordo de Conacri, pelo que, disse, como chefe de Estado se vê na obrigação de indicar um nome.

O Presidente alegou que a própria CEDEAO concordou que não existe consenso e pediu aos guineenses que o acompanhem na nomeação que irá fazer.

"Quero pedir aos guineenses que evoluamos", afirmou José Mário Vaz, ao ser questionado sobre se tenciona propor ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas, que indique um nome para primeiro-ministro.

O dirigente do PAIGC Augusto Olivais era apontando como futuro primeiro-ministro no âmbito do Acordo de Conacri.

O chefe de Estado exortou ainda os jornalistas "a reduzirem a pressão sobre o país", referindo que sem eleições "vai ser complicado demais" para a Guiné-Bissau.

José Mário Vaz disse também que transmitiu aos seus pares na reunião da CEDEAO que não existem motivos para impor sanções a nenhum líder político guineense, como a organização ameaça fazer, mas advertiu que a organização promete castigar quem dificultar o entendimento político no país.

O anterior primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, anunciou a sua demissão a 12 de janeiro e, cinco dias depois, justificou em conferência de imprensa que decidiu "sair para deixar o Presidente confortável" à luz dos compromissos internacionais.

O próximo primeiro-ministro será o sexto desde as eleições legislativas de 2012.

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