No seu discurso de posse do novo primeiro-ministro Artur Silva, antigo chefe da diplomacia guineense, que nomeou, na terça-feira, José Mário Vaz disse ser chegada a " hora da verdade e do trabalho" para construir uma Guiné-Bissau melhor.

"Como já tive oportunidade de referir em outras ocasiões: Sou o primeiro dos inconformados com o atual estado das coisas negativas e serei o ultimo a desistir deste combate", destacou o líder guineense.

A Guiné-Bissau passa há cerca de três anos por uma crise politica e um movimento da sociedade civil, constituído essencialmente por jovens dos liceus e das universidades, foi então criado assumindo-se estes como "cidadãos conscientes e inconformados" com a crise.

Os inconformados, que têm feito manifestações nas ruas de Bissau exigem, entre outras reivindicações, a renúncia de José Mário Vaz da Presidência por ser, acusam, o principal responsável pela continuação da crise política.

Hoje na cerimónia de posse, o Presidente guineense apresentou Artur Silva como primeiro-ministro da sua confiança e pediu que os cidadãos do país também confiem no novo chefe do governo.

O Presidente disse que Artur Silva terá como tarefa principal organizar eleições legislativas ainda este ano e que sejam livres e transparentes.

José Mário Vaz considerou não ser fácil governar a Guiné-Bissau, mas também afirmou que não é uma tarefa impossível desde que se tenham "pessoas certas em lugares certos e com políticas certas".

No discurso, o líder guineense não se referiu à Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) que ameaça aplicar sanções aos dirigentes do país lusófono se estes não alcançarem entendimento quanto à figura do primeiro-ministro até hoje.

Uma delegação de alto nível daquela organização é esperada ainda hoje em Bissau.

"Hoje mais do que nunca o nosso destino está nas nossas mãos", frisou José Mário Vaz.

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