Num comício popular na região de Cacheu, norte do país, na terça-feira, no âmbito da Presidência Aberta, José Mário Vaz disse ser esta a "triste a realidade" que se vive no país com os recursos a serem roubados quando a população passa por dificuldades.

"Já imaginaram toda esta situação, sabendo que nós não temos peixe para comer na nossa terra", defendeu o líder guineense, que voltou a pedir que todos os cidadãos vigiem os recursos naturais do país.

José Mário Vaz afirmou que só com os recursos do mar a Guiné-Bissau "poderia resolver grande parte dos seus problemas" desde que haja controlo.

No discurso, o Presidente salientou que em 43 anos de independência o país "apenas criou novos-ricos, mas com a maioria da população na miséria".

José Mário Vaz disse que não é contra os "novos-ricos" desde que não sejam pessoas que roubem ao Estado, quando são chamados para cargos no Governo.

O chefe de Estado destacou também as potencialidades agrícolas dos países e pediu aos guineenses para apostarem de forma séria no setor.

"A agricultura podia tirar-nos rapidamente da situação em que nos encontramos", destacou.

Em nome da juventude da região de Cacheu, Benjamim Mendes, transmitiu ao chefe do Estado o que disse ser as "principais preocupações da zona", destacando a falta de água potável, energia elétrica, centros de formação profissional, falta de viaturas para o transporte de doentes no hospital regional em Canchungo e estradas em mau estado de conservação.

Benjamim Mendes pediu ainda a intervenção de José Mário Vaz na reabilitação das duas estações de radio comunitária de Canchungo que se encontram avariadas há muito tempo, disse.

"A população, a juventude em particular, precisa ser atualizada", defendeu Mendes.

O líder guineense, que já visitou o leste e o sul do país, tem um comício marcado para o final do dia de hoje em Ingoré, para depois ir pernoitar em São Domingos, ambas localidades situadas junto à fronteira com o Senegal.

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