De acordo com o estudo, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), esses estudantes obtiveram uma pontuação abaixo do nível 2, considerado o nível básico de proficiência.

A região de Macau, na China, apresenta o menor nível de alunos (3,5%) abaixo do nível 2.

Segundo o estudo, 10,7% dos estudantes têm um nível inferior ao adequado nas três áreas.

O desempenho dos alunos brasileiros está abaixo da média dos alunos dos países da OCDE em ciências (401 pontos, comparados à média de 493 pontos), em leitura (407, abaixo da média de 493) e em matemática (377, comparados à média de 490).

Singapura apresenta os melhores resultados nas três áreas.

Em nota, a OCDE informou que o gasto acumulado por aluno entre 6 e 15 anos no Brasil equivale a 42% da média dos países da OCDE, mas é maior do que a registada no país em 2012 (32%).

"Outros países, como a Colômbia, o México e o Uruguai obtiveram resultados melhores em 2015 em comparação ao Brasil, muito embora tenham um custo médio por aluno inferior", observou a OCDE.

A organização avaliou ainda que "o facto de o Brasil ter expandido o acesso escolar a novas parcelas da população de jovens sem declínios no desempenho médio dos alunos é um desenvolvimento bastante positivo".

De acordo com os dados divulgados, 71% dos jovens com 15 anos estão matriculados na escola a partir do 7.º ano, o que corresponde a um acréscimo de 15 pontos percentuais em relação a 2003.

"O Brasil tem uma alta percentagem de alunos em camadas desfavorecidas: 43% dos alunos situam-se entre os 20% mais desfavorecidos na escala internacional de níveis sócio-económicos do PISA, uma parcela muito superior à média de 12% de alunos nesta faixa entre os países da OCDE", lê-se na nota.

A OCDE realçou também que 36% dos jovens de 15 anos afirmam ter repetido um ano escolar pelo menos uma vez, frisando que "no Brasil, altos índices de repetência escolar estão ligados a níveis elevados de abandono da escola".

Os dados mostraram ainda uma parcela muito reduzida de pais de alunos que alcançou o nível superior de ensino: menos de 15% dos adultos de 35 a 44 anos de idade possuem um diploma universitário, uma taxa bem menor que a média de 37% observada entre os países da OCDE.

O PISA, realizado de três em três anos, testa os conhecimentos de matemática, leitura e ciências de estudantes de 15 anos.

Na edição do ano passado participaram cerca de 540 mil estudantes de 70 países, representando cerca de 29 milhões de alunos dos países participantes.

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