Manuel Vicente partiu de Luanda ao início da tarde de hoje, com destino a Havana, para onde viajou antes o secretário-geral do MPLA, Paulo Kassoma, que lidera a comitiva do partido no poder em Angola, integrando ainda Maria Eugénia Neto, a viúva do primeiro Presidente angolano, Agostinho Neto, entre outros dirigentes.

O chefe de Estado angolano e presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, considerou Fidel Castro uma "figura impar de transcendente importância histórica", destacando o seu papel "em prol da liberdade, justiça social e desenvolvimento dos povos".

Uma nota da Casa Civil do Presidente da República enviada no sábado à Lusa referia que foi "profundamente consternado" que o chefe de Estado teve conhecimento da notícia da morte do histórico líder cubano e aliado do Governo angolano do MPLA.

Na nota é referido que José Eduardo dos Santos considera Fidel Castro "como uma figura impar de transcendente importância histórica que marcou a sua época pelo papel que desempenhou no seu país e nas grandes transformações da humanidade, em prol da liberdade, justiça social e desenvolvimento dos povos".

O histórico líder cubano, comandante-chefe da revolução de 1959, que depôs Fulgencio Batista e viria a instituir um regime comunista naquela ilha caribenha, morreu na noite de sexta-feira, com 90 anos, às 22:29 locais (03:29 de sábado em Lisboa).

O anúncio da morte de "El Comandante", Fidel Alejandro Castro Ruz, foi feito pelo seu irmão e sucessor desde 2008, Raul, na televisão estatal, terminando com o grito "Até à vitória, sempre!".

O chefe de Estado angolano recorda a "solidariedade que Cuba brindou à luta dos povos colonizados, em especial ao povo angolano", sublinhando a "inesquecível contribuição" de Cuba e da liderança de Fidel Castro, "na defesa e manutenção da soberania e integridade territorial de Angola, na resistência à agressão do então regime racista sul-africano".

Fidel Castro é recordado pelo MPLA também pelo apoio à luta pela independência de Angola, no período da guerra colonial e na "derrota dos exércitos invasores do então regime do apartheid da África do Sul e do ex-Zaire".

Em Angola permanece uma forte comunidade cubana, ao abrigo de acordos de colaboração entre os dois países, no domínio do apoio médico, educação e construção.

PVJ // VM

Lusa/Fim