"A aquisição de dívida pública não foi uma contrapartida que estivesse na negociação com o Santander, tanto que o processo de resolução foi da competência da Autoridade de Resolução [Banco de Portugal] e não do Ministério das Finanças", assegurou em comunicado a entidade.

E realçou: "Trata-se de situações distintas e tratadas em momentos diferentes pelas respetivas entidades responsáveis por cada um dos processos. Repor os níveis do 'cash buffer' [almofada de capital] foi uma necessidade desde logo identificada, uma vez que houve uma saída de um elevado montante do IGCP [Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública] ".

O ministério tutelado por Mário Centeno vincou que "a questão, tendo sido abordada na altura, não foi uma contrapartida da resolução, concretizando-se em fevereiro de 2016".

De resto, o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, tinha dito o mesmo no parlamento, com a oposição a falar de contradições face ao depoimento do ministro das Finança, numa audição anterior, também durante os trabalhos da comissão de inquérito ao Banif.

"Não existe qualquer contradição entre os depoimentos do ministro das Finanças e do secretário de Estado Adjunto do Tesouro e das Finanças na CPI [comissão parlamentar de inquérito] à venda e resolução do Banif", asseguraram as Finanças.

Mourinho Félix, cuja audição no parlamento terminou pelas 23:00 de quarta-feira, disse que o Governo vendeu ao Santander Totta 1.766 milhões de euros de uma linha de ?medium term notes' (notas de dívida de médio prazo), tendo tido o cuidado de não usar outro tipo de títulos, apontando como exemplo para as Obrigações de Tesouro (OT) a 10 anos.

"Quisemos entregar um produto que não tem essa liquidez. Foi pensado fazer ainda durante o mês de janeiro, depois houve uma subida das taxas de juro em fevereiro, e quando desceram fizemos essa operação. Não há aí nada de muito interessante", rematou.

DN/PPF // JPS

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