"Nas ilhas do Sal e da Boavista já investimos 180 milhões de euros, incluindo o investimento feito na construção do primeiro 'resort' na praia de Santa Mónica, faltando-nos investir 300 milhões de euros na finalização dos restantes cinco 'resorts' nesta última ilha, projeto que estará concluído em 2023", disse o diretor para a área Internacional do The Resort Group (TRG), David Dumbel, num encontro com jornalistas em Lisboa, esta semana.

A empresa multinacional inglesa, fundada em 2007 por Rob Jarret, escolheu Cabo Verde para investir na conceção, desenvolvimento e na operação de estâncias e hotéis de luxo, tendo considerado que o arquipélago tinha "um elevado potencial".

"Desde o ano 2000 o turismo cresceu 115% e espera-se que duplique novamente", lembrou o gestor.

David Dumbel explicou também que os 'resorts', depois de construídos pelo The Resort Group, são geridos por parceiros estratégicos que são os principais operadores turísticos e hoteleiros mundiais (Meliá Hotels International, TUI Travel, Steigenberger and Resorts e Hilton Worldwide).

Destacou ainda que 98% dos clientes que investem nos 'resorts' são de nacionalidade holandesa, francesa, polaca, checa e britânica e que ao tornarem-se proprietários têm um rendimento associado à gestão do imóvel que compraram.

Na ilha do Sal, o The Resort Group tem três 'resorts' explorados pelo Meliá Hotels International e pela TUI Travel e na Praia de Santa Mónica, ao longo de 18 quilómetros e a 20 minutos do aeroporto, está o primeiro 'resort' com gestão do Meliá e cuja construção se concluirá em dezembro do próximo ano.

O segundo 'resort', na mesma linha de praia da ilha da Boa Vista, terá como parceiro estratégico na gestão o Hilton Worldwide e deverá estar terminado em setembro de 2019, sendo que o terceiro 'resort' será explorado pelo Steigenberger and Resorts.

David Dumbel afirmou ainda que há 11 cartas de intenção de cadeias hoteleiras internacionais para explorarem os "resorts" na Boavista, considerou que Cabo Verde "é um mercado em que há competição", sobretudo de grupos portugueses, espanhóis e italianos, e disse que a taxa de ocupação se situa entre 74% e 78% ao ano, uma vez que a sazonalidade é esbatida com a vinda de turistas de várias nacionalidades.

"O investimento da empresa em Cabo Verde é a longo prazo e os investidores (clientes que são os donos do imóvel e têm um rendimento da sua exploração) movem-se da ilha do Sal para a ilha da Boavista, pois são estas duas ilhas que têm escala", salientou o gestor.

O grupo britânico escolheu Cabo Verde por ser "um destino bonito, seguro, estar bem posicionado em termos geográficos, de fácil acessibilidade, com voos diários de Inglaterra, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e dos países escandinavos, com boas infraestruturas e praias únicas e maravilhas", realçou David Dumbel, lembrando que 68% dos turistas que escolhem o arquipélago vão para a ilha do Sal ou para a ilha da Boavista.

David Dumbel referiu também que nos próximos dez anos Cabo Verde "fará concorrência direta" às estâncias de praia das Caraíbas e Canárias, justificando o facto com "o clima tropical durante todo o ano, sem época baixa nem furacões, sol e praias".

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