"Que não vos enganem, porque aqueles que foram enganados estão desaparecidos e não sabemos onde estão", enfatizou Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava num encontro com a população, após inaugurar o edifício do Tribunal Judicial do Distrito de Vandúzi, na província de Manica, centro de Moçambique.
Os jovens, prosseguiu, devem aproveitar as oportunidades de emprego que estão a ser criadas em vários setores da economia, nomeadamente agricultura e nas unidades industriais.
"Há trabalho nas ´machambas` [campos agrícolas e nas pequenas fábricas]" que estão a entrar em funcionamento, destacou.
Filipe Nyusi apelou às populações para se manterem "vigilantes" às tentativas de aliciamento por parte de grupos armados, elogiando a resistência das comunidades de Manica a tentativas de mobilização por insurgentes.
Na quinta-feira, o Presidente moçambicano defendeu que o país deve impedir a expansão de grupos armados para mais províncias, assinalando que o "terrorismo não tem fronteiras, não tem quartel".
Antes, na quarta-feira, o chefe de Estado tinha afirmado que pelo menos seis pessoas já morreram desde sábado numa nova vaga de ataques armados no norte de Moçambique e há combates em curso.
"Seis cidadãos foram decapitados, três sequestrados e dezenas de casas foram incendiadas", referiu na cidade de Xai-Xai, durante o discurso alusivo ao Dia da Vitória.
Alguns pontos do extremo norte da província de Nampula, juntamente com Cabo Delgado, são palco da instabilidade causada pela presença de grupos armados.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial.
Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
PMA (LFO) // VM
Lusa/Fim
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