"Adie o seu regresso por uns dias, se puder fazê-lo", aconselhou Klitschko numa mensagem citada no portal digital de notícias ucraniano Pravda.

O edil indicou que apesar das boas defesas aéreas da capital, não podem ser excluídos ataques de mísseis sobre Kiev.

No domingo, Klitschko definiu como "genocídio" as alegadas mortes de centenas de civis ocorridas na localidade de Bucha e noutras zonas, atribuídas às forças russas. Moscovo desmentiu de forma categórica as alegações e referiu-se a uma "provocação" das autoridades ucranianas.

O Presidente Volodymyr Zelensky visitou hoje Bucha e pediu aos 'media' presentes para documentarem as "atrocidades" que assegurou terem sido cometidas pelas tropas russas no decurso da sua aproximação à capital.

"É muito importante que esteja aqui a imprensa, os jornalistas internacionais. Temos que poder mostrar ao mundo o que aconteceu aqui, o que fizeram as forças russas", afirmou Zelensky, em declarações reproduzidas pela página digital Ukrinform.

"Faremos com que os responsáveis sejam castigados. Todos os dias encontramos casos como estes, isto é um genocídio", acrescentou Zelensky.

Os serviços de informações ucranianos difundiram hoje na sua página digital os dados pessoais de 1.6000 soldados russos, incluindo nome, apelido, data de nascimento e posto militar, que terão integrado as tropas que se mantiveram durante semanas em Bucha.

A lista corresponde aos membros da 64ª Brigada Independente Motorizada do exército russo, que estaria envolvida na alegada matança de civis nessa cidade.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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