A vítima foi surpreendida pelo grupo e degolada no seu campo agrícola no distrito de Nangade, quando colhia gergelim, segundo uma fonte local.

"Nós pensávamos que não teríamos mais ataques, por a área estar perto da sede, onde há muitos militares", disse outra fonte que vive em Nangade, acrescentando que, até hoje à tarde, o corpo continuava no local.

Nangade está entre duas partes distintas de Cabo Delgado: a nascente faz fronteira com Palma e Mocímboa da Praia, palco dos principais confrontos, e do lado poente com Mueda, que tem servido de refúgio para milhares de deslocados.

Em fevereiro, uma equipa de militares moçambicanos e parceiros africanos foi destacada para Muia, enquanto a vila de Nangade servia de ponto de passagem para deslocados chegarem a outros locais da província.

O distrito tem sido alvo de vários ataques de rebeldes desde o início do ano.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados por grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 deslocados internos, devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional da Migração (OIM), e 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2020, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques, noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

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