Segundo o 'Trading Update' da Galp relativo ao quatro trimestre do último ano -- cujos dados são provisórios e podem ainda diferir dos resultados trimestrais que serão divulgados no dia 21 --, no período em análise, as vendas de gás natural a clientes registaram uma quebra homóloga de 23%, para 4,5 terawatt-hora (TWh), enquanto no segmento de eletricidade aumentaram 27%, para 1,121 TWh.

"As vendas de produtos petrolíferos beneficiaram do aumento de volumes no segmento B2B [interação comercial entre duas empresas], sendo que o segmento B2C [vendas ao consumidor final], de maior contribuição, observou uma redução nos volumes vendidos no seguimento do efeito sazonal", refere a Galp no documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que acrescenta que as vendas de gás e eletricidade "refletiram sobretudo a sazonalidade do negócio".

Face ao trimestre anterior, as vendas de produtos petrolíferos, as de gás natural e as de eletricidade subiram todas 3%.

Já a produção de petróleo avançou 2% em termos homólogos, para 123,0 mil barris por dia, mas recuou 3% face ao trimestre anterior, enquanto o total de matérias-primas processadas recuou 42% relativamente a 2020 e 39% em cadeia, com a margem de refinação a aumentar 36% face ao trimestre anterior, para 5,6 dólares por barril.

A Galp atribuiu a diminuição no segmento das matérias primas processadas à "manutenção planeada no 'hydrocracker'" e a "um evento não planeado numa das fornalhas da unidade de destilação atmosférica", acrescentando que o sistema retomou as condições normais de operação em "meados de dezembro".

Já a margem de refinação foi "suportada por um contexto internacional mais favorável, apesar das restrições operacionais do trimestre".

No segmento das renováveis, a Galp registou um aumento de 26% da geração de energia renovável face ao mesmo período de 2020, tanto nas capacidades detidas a 100% pela Galp (para 213 GWh), como naquelas em que detém apenas uma participação (157 GWh).

No entanto, esta geração de energia renovável no quatro trimestre de 2021 registou uma quebra de 48% nas duas categorias face ao trimestre anterior, com a Galp a atribuir estes resultados ao "efeito sazonal das horas de luz solar".

Na informação enviada à CMVM, a Galp refere que a dívida líquida deverá aumentar durante o quarto trimestre de 2021 e que "o forte 'cash flow' operacional [...] no quarto trimestre será parcialmente compensado por um aumento do fundo de maneio, principalmente relacionado com efeitos temporários de contas de margem ao final de 2021".

"Considerando que os referidos efeitos temporários de fundo de maneio irão reverter ao longo de 2022, o Conselho de Administração da Galp irá considerar um ajuste na distribuição acionista relativa ao ano fiscal de 2021", acrescenta a empresa, referindo que este "ajuste" será anunciado no dia da publicação dos resultados, em 21 de fevereiro.

JYO // CSJ

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