Fortes chuvas deixaram um rasto de destruição desde a última terça-feira ao passar pela antiga cidade imperial brasileira, localizada a cerca de 70 quilómetros do Rio de Janeiro, onde mais de uma centena de pessoas ainda estão desaparecidas.

Esta já é a pior tragédia climática de Petrópolis, superando episódios semelhantes ocorridos em 1988 e 2011, quando dezenas de pessoas também perderam a vida.

Mais de 500 bombeiros atuam na zona para tentar localizar mais vítimas, embora os trabalhos tenham sido interrompidos esta manhã devido às chuvas e ventos fortes que ainda atingiram a região e só foram retomados às 07:00 locais (12:00 em Lisboa).

Entre os 176 mortos estão pelo menos 29 jovens e crianças.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, informou que até à noite de domingo 114 pessoas tinham sido enterradas no cemitério do município.

Até agora, as equipas de socorro conseguiram resgatar 24 pessoas vivas da lama e dos escombros, que foram transferidas para hospitais da região.

Cerca de 850 pessoas foram retiradas das suas casas e recebem assistência social nos pontos de apoio instalados em escolas e igrejas da cidade.

Da mesma forma, a Marinha do Brasil finalizou no domingo a montagem de um hospital de campanha, que oferecerá 12 camas de enfermagem e cinco postos de atendimento de baixa complexidade aos moradores de Petrópolis.

A previsão é de mais pancadas de chuva ao longo desta segunda-feira, o que pode afetar as operações de resgate devido à instabilidade do terreno, face ao risco de novos deslizamentos.

A Defesa Civil continuou a enviar mensagens de texto aos moradores de Petrópolis no dia anterior e acionou as sirenes de alerta perante a possibilidade de novas chuvas.

Na noite da última terça-feira, Petrópolis foi devastada pelas piores chuvas em quase um século, que causaram dezenas de deslizamentos de terra, inundações em vários pontos da cidade e fortes enchentes que destruíram tudo em seu caminho.

Na quinta-feira voltou a chover com intensidade e houve novas enchentes, agravando a situação da cidade, que aos poucos tenta voltar à normalidade enquanto continuam a decorrer operações de resgate das vítimas.

CYR // JH

Lusa/Fim