Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average valorizou 1,82%, para os 33.544,34 pontos, o tecnológico Nasdaq avançou 2,92%, para as 12.948,62 unidades, e o alargado S&P500 ganhou 2,14%, para as 4.262,45.

A forte subida das ações resultou da "atenuação das inquietações relativas às pressões persistentes sobre os preços e da nova baixa dos preços do petróleo", indicaram os analistas do Wells Fargo.

O barril de Brent para entrega em maio fechou hoje abaixo dos 100 dólares pela primeira vez desde o segundo dia da invasão russa da Ucrânia, há cerca de três semanas.

"Os investidores deram um grande suspiro de alívio perante a baixa dos preços das matérias-primas, designadamente os da alimentação e energia", disse Adam Sarhan, da 50 Park Investment, à agência francesa AFP.

"O petróleo baixou de 130 dólares para menos de 100 dólares em alguns dias, o que é um grande alívio para o mercado, porque a subida dos preços dos produtos alimentares e da energia representa uma taxa indireta para os consumidores e as empresas", acrescentou.

Esta descida das cotações deve-se à subida de casos de infeções pelo novo coronavírus na China, primeiro importador de petróleo, que levou as autoridades de Pequim a determinar confinamentos massivos.

Isto "ensombrece as perspetivas de procura energética da segunda economia mundial", apontaram também os analistas do Wells Fargo.

A descida das cotações do petróleo aliviou, por outro lado, os espíritos dos investidores, preocupados com a inflação, quando a Reserva Federal (Fed) começou uma reunião de política monetária, no fim da qual, na quarta-feira, deverá anunciar a primeira subida da taxa de juro de referência desde 2018.

Como o seu presidente interino, Jerome Powell, já avisou, a Fed prepara-se para elevar a sua taxa de juro sobre os fundos federais em um quarto de ponto percentual (0,25%).

Os investidores preparam-se para escrutinar as suas novas previsões económicas e as indicações sobre o ritmo das futuras subidas das taxas.

"Os investidores vão estar à procura de índices quanto à velocidade e à dimensão com que a Fed vai subir as taxas, mas a situação na Europa de Leste pode perturbar o processo", segundo os analistas da Schwab.

As notícias macroeconómicas do dia foram mitigadas, com um índice sobre os preços grossistas estável em fevereiro, em termos anuais, mas uma atividade industrial em baixa na região de Nova Iorque, segundo o indicador 'Empire State' da antena regional da Fed.

Na frente geopolítica, a invasão russa da Ucrânia intensificou-se hoje, com uma série de ataques à capital, Kiev, que foi colocada sob um recolher obrigatório de 35 horas, apesar de mais um dia de negociações com vista a um cessar-fogo e uma concessão importante do presidente ucraniano que se declarou pronto para renunciar à adesão à NATO.

"A volatilidade persiste com o conflito na Ucrânia", preveniram os analistas da Schwab.

Mas o entusiasmo foi sustentado nomeadamente pelos "caçadores de bons negócios", com, por exemplo, o Nasdaq a cair, na segunda-feira, mais de 20% abaixo do seu máximo.

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