A Brisa associou-se à DriveNow, empresa alemã referência do setor, para lançar uma operação de carsharing em Lisboa, ainda durante o presente ano.
A partir de setembro, quem trabalha, vive ou simplesmente tem a necessidade de se descolar em Lisboa recorrendo ao automóvel, poderá fazê-lo, ao volante de uma frota de BMW’s e Minis, os carros que vão estar à disposição dos utilizadores.
Sem adiantar, por agora, grandes pormenores, Áurika von Nauman, diretora de marketing da DriveNow, joint-venture do Grupo BMW e da Sixt (empresa de rent-a-car), explicou numa apresentação que a frota poderá incluir “carros elétricos, híbridos e de motor a combustão”. O modelo a aplicar deverá ser idêntico ao que é utilizado nas 12 cidades e oito países onde a empresa com mais de 925 mil clientes e uma frota de 5600 carros já está presente.
Portugal, e a cidade de Lisboa, marca a estreia na Península Ibérica. Em relação ao possível alargamento a outras cidades portuguesas, a diretora de marketing remete o assunto para “depois do verão”.
Mobilidade na ponta dos dedos. Descarregar, pagar e conduzir, com tudo incluído
Para utilizar o carro partilhado “basta descarregar a app, procurar o veículo mais próximo, reservar, colocar o destino e abrir o carro via app”, referiu. O lugar de estacionamento é livre, embora não se saiba, ainda, mais detalhes sobre o seu funcionamento, estando as equipas da Brisa e da DriveNow a trabalharem nesse sentido.
Disponível durante todos os dias da semana e a qualquer hora, a utilização “é paga ao minuto”, estando incluindo no valor “o parqueamento, seguro e combustível ou o carregamento no caso de ser um carro elétrico”, adiantou Áurika von Nauman, atirando, no entanto, para mais tarde, o anúncio de quanto custa esta mobilidade partilhada.
Os novos caminhos da Brisa
“Este é um marco significativo no caminho que a Brisa tem vindo a fazer, nos últimos anos, no sentido de concretizar a sua missão de proporcionar mobilidade eficiente para as pessoas, com um duplo foco no cliente e na eficiência operacional”, sublinhou Vasco Mello, presidente do Conselho de Administração da Brisa.
Assistindo às mudanças no mundo da mobilidade, com “os novos comportamentos e hábitos de consumo, uma maior consciência ambiental e a emergência de novos operadores e modelos disruptivos, alavancados na revolução digital”, a Brisa posicionou-se agora “não como mero gestor de infraestruturas rodoviárias, mas como um operador de mobilidade”, garantiu.
A parceria com a DriveNow é mais um passo que a empresa dá no ecossistema de serviços de mobilidade e nos “novos territórios da economia de partilha”, depois da expansão do sistema de cobrança Via Verde para o estacionamento de superfície, em várias cidades portuguesas, ou para o transporte ferroviário, concretizado em parceria com a Fertagus e o serviço Via Verde Boleias – uma plataforma para a organização de carpooling”.
370 mil carros entram todos os dias em Lisboa
Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, esteve presente na apresentação conjunta da Brisa e da DriveNow, que decorreu no Lisboa Story Center, em Lisboa, no Terreiro do Paço.
Defendendo que “não há uma solução única nas questões da mobilidade” este projeto terá o condão de “melhorar a qualidade de vida para quem vive e trabalha em Lisboa”, sublinhou.
A capital enfrenta hoje um “desafio duplo”, que passa pela “necessidade de as pessoas exercerem o direito de mobilidade” e outro que passa “pelo transporte individual”, recordou.
“Entram todos os dias 370 mil carros em Lisboa”, disse. “É uma fila de carros alinhados de Lisboa até Paris”, exemplificou. “Cada vez que a economia da cidade melhora, entram mais 15 mil automóveis de novo em Lisboa, crescem os problemas de tráfego e a situação torna-se insustentável”. E “reduzir de forma sustentável os congestionamentos em Lisboa” é um dos seus desideratos.
Referindo os vários instrumentos de mobilidade – sistemas de transportes e integração entre as diferentes peças de mobilidade (ligação entre vários meios de transporte), “onde estamos ainda atrasados”, Medina referiu a incorporação de projetos de inovação, dando como exemplo “as motos partilhadas”.
Sobre a parceria estabelecida, Medina realçou que “este projeto inovador de transformação do conceito do que é o automóvel, do sistema de posse para a partilha e flexibilidade, é mais barato, integrado e não tem custos associados”, finalizou.
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