Os utilizadores da rede social Facebook de seis cidades norte-americanas têm agora disponível um feed (página com conteúdos) exclusivamente dedicado à informação local. A secção está ainda a ser testada pela empresa de Mark Zuckerberg, mas o objetivo é encurtar a distância entre os cidadãos e os órgãos de comunicação regionais — acreditados pela plataforma.

O projeto faz parte de uma série de ferramentas que o Facebook tem vindo a desenvolver para o jornalismo. Através do machine-learning, isto é, da capacidade de o próprio computador aprender novas capacidades, sem a necessidade de ser especificamente programado por um ser-humano, os algoritmos da rede social destacam e arrumam numa nova secção os conteúdos produzidos por fontes com parcerias aprovadas pelo departamento liderado pelo antigo pivot da NBC Campbell Brown.

Do lado dos produtores de conteúdos, é difícil perceber o real impacto da medida. Ao destacar conteúdo de produtores mais pequenos, a rede social pode levar uma maior audiência a esses órgãos de comunicação social, levando a maiores ganhos com publicidade. Porém, estas fontes não têm nenhum retorno monetário simplesmente por estarem dentro daquela secção.

Para além disso, não há garantias de que os utilizadores frequentem a nova página. O Facebook planeia publicitar a nova ferramenta, porém, terão sempre de ser os utilizadores a procurar a nova secção, que se vai juntar a tantas outras disponíveis no menu (☰) da rede social.

Outra das possibilidades desta zona da rede social é a emissão de alertas e atualizações de emergência das autoridades locais.

Por agora, a página “Today In” (Hoje em) está apenas a funcionar para quem tenha as cidades de Nova Orleães, Little Rock, Billings, Peoria, Olympia ou Binghamton como morada naquela rede. O objetivo da rede passa por alargar a ferramenta a mais lugares e incluir a possibilidade de seguir a atualidade de outras cidades para além daquela onde se vive.

Esta é mais uma medida da rede social para combater as chamadas “Fake News” (notícias falsas), relevando os conteúdos produzidos por fontes consideradas credíveis pela empresa. O Facebook tem sido acusado de permitir a proliferação de informações falsas ou incorretas. Tanto assim é, que há quem acredite que foi isso que levou à eleição de Donald Trump.

Os conteúdos regionais têm sido uma aposta da rede social nos últimos meses. Com o desenvolvimento do “Marketplace”, uma secção de classificados, baseada na localização, e a reformulação da aplicação de eventos, que passou a chamar-se “Facebook Local” e inclui destaques culturais, mas também restaurantes e outros eventos.

No final de agosto do ano passado, o SAPO24 lançava igualmente uma nova ferramenta dedicada às notícias locais. No “Local”, os leitores podem encontrar informação regional, agrupada pelo distrito que escolherem.